"Altice é exemplo desastroso do crescente domínio do capital estrangeiro"
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que o país está "farto" das políticas "ditas estruturais à moda do FMI e da União Europeia", criticando PSD e CDS-PP por "só terem como resposta o regresso ao passado".
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Política Jerónimo de Sousa
Num discurso focado nas eleições autárquicas que se realizam a 01 de outubro e com mensagens sobre a elaboração do próximo Orçamento do Estado, Jerónimo de Sousa, disse que "o país está a crescer e a criar emprego porque a recuperação dos rendimentos é um fator de dinamização económica".
O secretário-geral do PCP criticou "aqueles que defendem a política de baixos salários e baixas reformas", bem como o corte nos direitos de quem trabalha" porque, disse o líder dos comunistas, "apenas conhecem a linguagem da exploração e empobrecimento do povo".
"Tentam a todo custo desvalorizar o relançamento da economia e do emprego, mas toda a evolução da situação do país está a desmenti-los", disse Jerónimo de Sousa, para de seguida se referir diretamente ao anterior primeiro-ministro.
"Passos Coelho, afivelando uma visão catastrofista da evolução do país afirmou no Pontal que Portugal precisa de prosseguir as reformas do Governo que protagonizou com o CDS. Mais uma vez se confirma que PSD e CDS só têm como resposta o regresso ao passado das políticas, ditas estruturais à moda do FMI e da União Europeia (...). Mas dessas reformas o País está farto", referiu.
O secretário-geral do PCP admitiu que Portugal está "aquém do necessário e longe de resolver os problemas de fundo que garantam um desenvolvimento sustentado", mas destacou aquilo que diz que tem vindo a ser a luta dos comunistas, exemplificando com a gratuitidade dos manuais escolares a todos os alunos do 1.º ciclo, bem como a abertura do processo de combate à precariedade na Administração Pública, entre outros aspetos.
Jerónimo de Sousa também falou da PT, considerando que a multinacional Altice "está a destruir milhares de postos de trabalho", tendo frisado um pedido ao Governo para que se "imponha".
"O que está a acontecer na PT pela mão da multinacional francesa Altice é o exemplo desastroso do crescente domínio da economia nacional pelo capital estrangeiro, num percurso criminoso de privatizações e negociatas que colocaram a PT nas mãos da Altice. O país não pode deixar que se liquide definitivamente a PT como empresa estratégica nacional de telecomunicações. O Governo pode e deve opor-se aos desígnios destruidores da Altice", defendeu.
Já no final da sua intervenção, o líder dos comunistas - que falava num comício no qual também discursaram candidatos locais às eleições autárquicas, nomeadamente o cabeça-de-lista da candidatura da CDU à Câmara, Torcato Ribeiro - reafirmou que existem "razões de preocupação" porque, referiu, "em matérias várias não há resposta a legítimas expectativas dos trabalhadores".
"Por isso, no processo de elaboração e debate do próximo Orçamento do Estado e nas mais diversas frentes de ação e intervenção lá nos irão encontrar prosseguindo com a nossa ação e iniciativa visando o prosseguimento e aprofundamento da defesa, reposição e conquista de direitos", prometeu.
E uma das medidas elencadas prende-se com o aumento do salário mínimo: "Lá nos encontrarão determinados a tudo fazer pelo aumento geral dos salários, nomeadamente pelo aumento extraordinário do salário mínimo nacional para 600 euros, em janeiro de 2018 de modo a contribuir para a melhoria das condições de vida e o estímulo ao desenvolvimento económico", disse o secretário-geral do PCP.
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