Convicto de que o tempo é de “ganhar votos”, Miguel Sousa Tavares “não aplaude, de maneira nenhuma, o candidato” social-democrata à Câmara Municipal de Loures, mas assume que “tocou num ponto politicamente incorreto e inconveniente de ser falado”.
As declarações de André Ventura sobre a comunidade cigana levam o comentador da antena da SIC a afirmar que “vivemos num Estado de direito: todos têm os mesmos direitos e todos têm as mesmas obrigações, pelo que não pode haver direitos sem obrigações, nem pode haver obrigações sem direitos”.
“É a esta luz que as questões da comunidade cigana, que (não generalizando) muitas vezes se põem e que é hipócrita fingir que não existem, devem ser analisadas”, afirmou, acrescentando que “é evidente que os ciganos são a comunidade étnica que mais beneficia do Rendimento Social de Inserção (RSI) e que têm problemas que no Estado de direito não admitiríamos, como agendar o casamento de filhas que nem adolescentes são e só mandar os filhos à escola para ter RSI”.
“Onde os problemas existem, o Estado de direito tem de funcionar”, reclamou Sousa Tavares, que responde a quem acusa André Ventura de “populismo de direita” dizendo: “A extrema-direita existe, nasce e alimenta-se quando nascem os tabus e temos que não podem ser falados”.