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Bloco denuncia "picos anti-sem-abrigo" à entrada de balcão da CGD
Picos de metal foram colocados junto à entrada do balcão da CGD em Vale de Cambra. A CGD já prestou esclarecimento adiantando que em causa estará uma situação em particular de atentado ao pudor.
© Montagem
Política Vale de Cambra
À entrada do balcão da Caixa Geral de Depósitos em Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, foram colocados picos de metal, instrumento habitualmente usado para evitar que sem-abrigo pernoitem num determinado local.
O Bloco de Esquerda, através da sua distrital de Aveiro e do deputado Moisés Ferreira, avançou esta manhã de quinta-feira com esta denúncia, referindo que estamos perante “picos anti-sem-abrigo”.
O sistema não é uma novidade mas é incomum em Portugal. Em Londres, no entanto, o surgimento em anos recentes deste tipo de barreiras foi causando polémica. A CGD, no entanto, reage defendo estarmos perante um caso em articular de atentado ao pudor, de uma pessoa que tem feito inclusive necessidades fisiológicas naquele lugar.
Os bloquistas recordam a particularidade de a Caixa Geral de Depósitos ser um banco público e exige mesmo “a rápida retirada deste instrumento de tortura social das instalações da Caixa Geral de Depósitos de Vale de Cambra”.
“Esta situação é grave e reveladora de um conceito centrado na discriminação social, impensável numa sociedade que se diz moderna e democrática”, lê-se ainda da denúncia do Bloco de Esquerda.
Além do mais, “é reveladora de um total desprezo e falta de solidariedade para com as pessoas mais desprotegidas da nossa sociedade” acrescentam ainda os bloquistas na denúncia que o Notícias ao Minuto recebeu.
O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a agência local da CGD, que nos remeteu para a sede. Entretanto, fonte oficial da CGD adiantou as razões que levaram a esta intervenção na fachada da agência de Vale de Cambra:
"A Caixa fez estas obras de modo a proteger os seus clientes que têm o direito de frequentar a agência sem serem incomodados por atos de atentado ao pudor praticados por uma pessoa que passou a fazer da montra da agência o seu local de vida, com tudo o que decorre, em termos de higiene do espaço público, de uma situação destas.
A Caixa lamenta que, tendo feito desde o início do ano participação para o serviço de Assistência Social da Câmara Municipal de Vale de Cambra, as autoridades competentes não tenham conseguido resolver este problema que afeta e preocupa os clientes que têm contacto com esta agência.
A Caixa fez, em maio, uma participação formal de denúncia de atentado ao pudor à GNR.
A Caixa reitera o pedido de auxílio às autoridades públicas competentes de modo a encontrar uma solução que seja digna para todos", adiantou fonte oficial do banco público.
[Notícia atualizada às 12h10 com esclarecimento da CGD]
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