Angel Gurría esteve hoje em Portugal a apresentar o relatório da OCDE sobre a economia portuguesa e, apesar de ter saudado “progressos impressionantes”, reiterou que ainda “são muitos os problemas” e que ainda “existe muito trabalho de casa” a fazer. Contudo, o ministro das Finanças defendeu o trabalho realizado até agora e contrariou as más previsões, algo com que Miguel Sousa Tavares concordou.
No seu espaço de comentário semanal na SIC, reiterou que Centeno “tem razão em algumas coisas”, pois concorda que “de facto as previsões das instâncias internacionais” são “sempre num sentido pessimista”.
Destacando que o Governo “tem dois grandes trunfos para apresentar” - são estes o “défice, que fica abaixo dos 2,5%” e o “desemprego, que está neste momento nos 10,2%” -, salientou também que existe “um outro lado da questão”.
“O défice é conseguido sobretudo à custa de um perdão fiscal, que aumenta brutalmente as receitas ao final do ano e, sobretudo, de uma queda absoluta no investimento público”, explicou. Além disso, sublinhou que a OCDE também tem razão noutros assuntos, como no facto de nos “termos endividado em 2016 mais 9,5 mil milhões de euros. Ou seja, num ano a dívida cresceu” este valor, salientou.
À parte dos problemas referidos anteriormente, relembrou a situação do setor bancário, “ainda por resolver”, dado que a “CGD vai custar dinheiro”.