Joaquim Jorge faz notar, num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto, que todas as semanas aparecem casos de corrupção no país, o que torna a situação cada vez mais comum.
Em causa estão as noticias avançadas na passada semana e que ligam Ricardo Salgado à Operação Marquês, a propósito de uma alegada entrega de 12 milhões de euros a Carlos Santos Silva, a pedido de Helder Bataglia.
“Não há semana que não apareça mais um caso, mais um nome associado a corrupção. Todos estes casos acontecem com uma frequência tal, que sendo acontecimentos inéditos e situações excecionais se tornaram comuns”, escreve o fundador do Clube dos Pensadores, acrescentando que “uma das características da política portuguesa é a normalização do excecional”.
Assim, Joaquim Jorge considera que “este e outros casos, já não são insólitos nem novidade” e que “tudo isto dá a entender por onde andava Ricardo Salgado andava José Sócrates. Todavia, se o BES não tivesse estourado seria pouco provável que estes podres se tivessem conhecido".
“É algo muito preocupante, os cidadãos não saberem de tantas tramóias lesa-pátria que passaram despercebidas e muita gente se governou”, acrescenta, considerando que este caso “a ser verdade [...], é uma das maiores redes de corrupção e saque pós-25 de Abril”.
Joaquim Jorge lamenta, contudo, que o Código Penal não esteja “à altura de crimes desta dimensão” permitindo sempre “dar a volta e reverter a seu favor situações muito complicadas”.
“Duvido que sejam condenados, apesar de, na praça pública já o terem sido, e de haver uma grande pressão da opinião pública para que se vá até às últimas consequências e se condenem exemplarmente os criminosos”, escreve o comentador, que considera que os magistrados Carlos Alexandre e Rosário Teixeira “são dignos dos maiores encómios e do nosso respeito e gratidão” e devem ser condecorados pelo Estado português.
“Espero que Marcelo Rebelo de Sousa, tão afetuoso e defensor do bem público não se esqueça de o fazer”, atira.