PCP acusa maioria e PS de serem o "arco da negociação" com a banca
O deputado do PCP Bruno Dias acusou esta quarta-feira os partidos da maioria PSD/CDS-PP e o PS de constituírem um "arco da negociação" com a banca, em vez de serem o denominado "arco da governação".
© Global Imagens
Política Bruno Dias
O parlamentar comunista falava numa declaração política, na Assembleia da República, na qual criticou os diversos contratos derivados e taxas de juro em várias empresas públicas de transportes.
"A maioria está solidária com os administradores e os gestores, que foram reconduzidos e aumentados. Isto não é um arco da governação é um arco da negociação com a banca e o capital financeiro. É o bolso de todo o povo que está a ser roubado", afirmou, após notar que o PS não fez qualquer pedido de esclarecimento.
Bruno Dias condenou ainda o facto de sociais-democratas e democratas-cristãos terem inviabilizado sempre a audição do Governo sobre o assunto, designadamente durante a manhã de hoje, quando consideraram "extemporânea" a convocatória da Secretária de Estado do Tesouro para a respectiva comissão parlamentar.
O PCP tinha feito o referido requerimento depois de o secretário de Estado dos Transportes ter remetido a questão para a sua colega de Governo e de ter afirmado que herdara "uma dívida muito substancial, a rondar os 17 mil milhões de euros em todas as empresas [de transportes].
"Os números da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças apontam para uma perda de mais de 2,6 mil milhões de euros. Está previsto um reembolso de mais de 160 milhões de euros em juros relativos a SWAP (produtos financeiros derivados e de risco)", lamentou o parlamentar do PCP, afirmando que "os trabalhadores estão a ser roubados" em favor de "especuladores" como Goldman Sachs, Barclay's, Morgan Stanley ou Merrill Lynch.
Bruno Dias criticou também o facto de o ex-presidente da Carris ter continuado no posto e ficar ainda com a gestão do Metropolitano de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa, sendo "aumentado em 30 por cento, para 107.587,7 euros por ano".
"Há dois equívocos e uma grande confusão. Este Governo já ordenou uma auditoria a esses contratos que, como disse, foram firmados em 2008. Depois, a responsabilidade desta situação de risco foi dos conselhos de administração. Finalmente, nada disto tem a ver com roubo de salários, nem com as decisões que este Governo tem tomado para estancar o endividamento destas empresas", contrariou o deputado do PSD Paulo Batista Santos.
O deputado do CDS-PP João Almeida também defendeu ser necessário "ir às questões concretas, que é fundamental esclarecer, a bem da transparência e evitando o populismo".
"Essa é a última das bancadas e o último dos partidos a poder falar em demagogia e populismo", respondeu Bruno Dias, referindo-se às críticas dos democratas-cristãos às greves dos trabalhadores daquelas empresas.
Ana Drago, do BE, considerou que "a política da direita está totalmente sacrificada pelos interesses do sector financeiro" e que "o Governo nada fez em dois anos", devendo "entrar num processo negocial duro com a banca, em vez de andar em concessões e privatizações".
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