Passado meio ano desde as eleições presidenciais, o Tribunal Constitucional divulgou contas e resultados que permitem tirar, entre muitas outras, uma conclusão: Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém afirmaram-se como candidatos antagónicos, não apenas pela ideologia, mas em tudo o resto.
A socialista acabou por fracassar tanto na classificação como nas contas finais da candidatura. Acabou em quarto lugar com apenas 4,24% dos votos e de braços dados com uma dívida de 447 mil euros, dados os votos insuficientes para conseguir a subvenção estatal.
Estes números ganham maior dimensão se compararmos o dinheiro angariado com o que dinheiro gastou. Maria de Belém conseguiu 93,5 mil euros em donativos ou angariações, contrastando com os 541 mil euros gastos ao longo da campanha. Os comícios e as caravanas contribuíram significativamente para estes resultados financeiros.
Marcelo Rebelo de Sousa, por seu lado, cumpriu com aquilo a que se propôs durante a candidatura. Foi o candidato que menos gastou entre os dez potenciais presidentes da Republica. Ao todo, Marcelo apostou 179 mil euros (ainda assim 20 mil acima do previsto) numa campanha que lhe deu a vitória com os expressivos 52% dos votos.
Além de estes serem valores históricos a nível monetário, revelam-se ainda mais fortuitos se virmos que o antigo comentador irá receber do Estado 165 mil euros (visto que a lei não lhe permite receber mais do que orçamentou) e ainda outros cinco mil euros em donativos, mais 1.920 euros de cedência de bens a título de empréstimo e 12 mil euros de donativos em espécie.