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Comissão sobre CGD é "infantil manobra" do PSD e "ataque a mim"

O antigo primeiro-ministro considera que a comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) é uma "infantil manobra tática preventiva" do PSD e "um ataque" a si e aos seus governos.

Comissão sobre CGD é "infantil manobra" do PSD e "ataque a mim"
Notícias ao Minuto

06:15 - 20/06/16 por Lusa

Política José Sócrates

Num artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Notícias e na página na internet da TSF, José Sócrates escreve sobre a comissão de inquérito à CGD, sugerida pelo PSD, sustentando que "tem como objetivo principal lançar mais outro ataque de caráter sobre mim e sobre o Governo que liderei".

"O que me parece é estarmos perante uma infantil manobra tática preventiva: acuso-te já para que não me venham a acusar", escreve Sócrates, acrescentando que "é difícil acreditar que as necessidades atuais de capital da Caixa Geral de Depósitos se devam à responsabilidade do Governo que governou... há cinco anos".

O ex-primeiro-ministro frisa que a CGD foi capitalizada em 2012, "outros bancos fizeram operações idênticas e passados uns anos devolveram (ou estão a devolver) o dinheiro emprestado pelo Estado".

"Se isso não aconteceu na Caixa é difícil não deduzir que o falhanço no reembolso da dívida e nas necessidades acrescidas de capital tenha a ver com o que se passou nos anos subsequentes", esclarece.

Sócrates afirma também, "perentoriamente", que nunca interveio junto da administração da CGD "para que fosse concedido qualquer crédito" e nunca ninguém lhe pediu que o fizesse.

Para o antigo primeiro-ministro, "no centro deste ataque político" está "a imputação feita pelo Ministério Público relativa a Vale do Lobo", no âmbito da Operação Marquês, em que Sócrates é arguido.

"Nunca tive conhecimento - nem tinha de ter - de nenhuma decisão da Caixa relativa a esse empreendimento turístico (...), até 2015, altura em que o assunto passou a ser noticiado, não conhecia nem os acionistas nem os gestores nem ninguém ligado a tal empreendimento", garante.

No artigo, Sócrates considera ainda que a proposta do PSD para a comissão de inquérito visa também "desacreditar tudo o que é público", sublinhando que "a Caixa teve problemas com créditos concedidos como tiveram todos os bancos em Portugal e no mundo".

"A iniciativa tem implícita o infame princípio de transformar eventuais más decisões (...) em crimes ou de corrupção ou de amiguismo. Esta é uma estratégia de terra queimada de quem está disposto a pôr de lado os fundamentos do Estado de Direito Democrático julgando sem acusação e condenando sem julgamento. (...) Para a direita política parece que chegou o tempo em que os fins justificam os meios, transformando o espaço da política em território de 'pequenos inquisidores'", remata Sócrates.

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