Questionado sobre a possibilidade de o próximo chefe de Estado ser eleito já no domingo, o candidato comunista afirmou que "Portugal ficaria a perder".

Falando aos jornalistas numa arruada no Barreiro, distrito de Setúbal, o candidato sustentou que "se Marcelo Rebelo de Sousa viesse a ganhar numa primeira volta, Portugal ficaria a perder toda a esperança, ou ficaria muito prejudicada toda a esperança que se abriu agora para Portugal e para os portugueses no passado dia 04 de outubro".

No último dia de campanha eleitoral, Edgar Silva recusou a ideia de que este seja o último esforço da sua candidatura, vincando que não pode descansar até ao fecho das urnas.

"[O esforço] só termina domingo à noite, até à hora do fecho das urnas nós não podemos descansar. Depois contaremos os votos, mas agora este não é o derradeiro esforço, é agora uma das fases importantes do mobilizar, mobilizar, mobilizar", disse.

O madeirense acrescentou que "o resultado está em construção" e que esta é uma "fase decisiva para um impulso que é fundamental, esta é a hora da viragem".

A arruada que se realizou hoje no Barreiro começou junto à Câmara Municipal e terminou na praça Catarina Eufémia, juntando centenas de apoiantes.

Pelo caminho ouviram-se as habituais palavras de ordem, numa terra de tradição comunista: "Abril vencerá", "Edgar avança com toda a confiança", "Abril presente, Edgar a Presidente" ou "Temos solução, cumprir a Constituição".

A marcha, que abria caminho com dois bombos e uma gaita-de-foles, avançava à medida que o candidato distribuía beijinhos pelas mulheres e cumprimentos pelos homens, recebendo de volta incentivos de "força".

"Já lá vão quatro beijos", referiu uma mulher, que mesmo assim, não recusou os cumprimentos do candidato.

Edgar Silva justificou o seu regresso ao Barreiro nesta campanha eleitoral considerando que "há um conjunto de lugares que são fundamentais, são decisivos para a mobilização do voto militante".

"O Barreiro é uma terra de Abril, e o voto de Abril também tem de nascer, tem que ter uma expressão muito grande aqui. Se esta é uma terra de Abril e a minha candidatura é uma candidatura de Abril, então esse casamento, essa conjugação, tem de estar diretamente a acontecer", vincou.

Já à chegada à praça onde terminou a iniciativa desta manhã, houve ainda lugar para comer um pastel de nata e beber um moscatel.

"Um brinde à liberdade e ao Presidente", gritou um dos apoiantes.

O candidato termina a sua campanha eleitoral com um comício em Guimarães, cidade da "origem da Portugalidade", onde Edgar Silva espera transmitir que "é possível ter um país diferente".