Banif: "Não se pode pedir a uma raposa que guarde o galinheiro"
Candidato presidencial considera que há responsabilidades a distribuir pelo Governo, Presidente da República e regulador.
© Global Imagens
Política Edgar Silva
As entidades com responsabilidades, desde logo no Governo e no Banco de Portugal, agiram sempre no sentido de dissimular, se não mesmo de mentir, relativamente à real situação que era vivida pelo Banif”. Esta é a análise perentória que Edgar Silva faz ao ‘tema quente’ da atualidade.
Em entrevista ao semanário Expresso, o candidato presidencial considera que há responsabilidades a distribuir, mas antes disso, houve intervenções que ficaram por ser feitas, referindo-se a Cavaco Silva, que tinha o “dever de exigir toda a informação pormenorizada sobre a situação do setor bancário. Deveria até ter tido uma intervenção preventiva”.
“De duas, uma: ou não assumiu o seu dever de intervenção, ou, se o fez, alguém lhe mentiu, distorceu ou dissimulou informação relevante”, conclui.
Se a segunda opção for realmente o que aconteceu com o Banif, “há, claramente, aqui uma prática criminosa”, salienta, especificando que “há crime económico quando o Estado e os cidadãos são lesados”.
De volta às responsabilidades, Edgar Silva enumera-as: “O Governo de Passos Coelho e de Paulo Portas têm responsabilidades incontornáveis (…). Parece que o regulador se interessou mais em tomar o partido dos especuladores. Não se pode continuar a pedir a uma raposa que guarde o galinheiro!”, critica.
O candidato conclui que a solução encontrada para o banco “é profundamente injusta”. “Basta pensar que os trabalhadores da Administração Pública tiveram os salários congelados ao longo de anos por insuficiência de meios financeiros do Estado e agora o triplo desse dinheiro é despejado para resolver práticas completamente desastrosas!”.
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