"O que eu acho que mais pode penalizar o crescimento potencial do país a prazo, com esta cedência à Esquerda radical, é que vai haver uma inação estrutural", lançou o economista, sublinhando que "o aprofundamento das reformas estruturais é necessário para continuar o processo de adaptação da economia portuguesa à globalização, ao aumento da concorrência internacional na atração de poupança e de investimento".
E realçou: "Como os partidos mais Esquerda são contra o modelo de globalização, são contra a economia de mercado, são contra a União Europeia e são contra o euro, vão constituir uma força de pressão negativa no aprofundamento dessas reformas estruturais. Este é o maior risco".
Na sua opinião, "vai ser muito difícil a António Costa, e vai ser o grande desafio, conseguir a terceira via, isto é, agradar simultaneamente aos mercados, à União Europeia, aos credores e financiadores, e também à Esquerda radical".
Daí, Catroga antecipou que "em determinado momento, esse dilema virá à superfície",
Questionado pelos jornalistas à margem do Fórum "Novos caminhos para o crescimento", organizado pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), num hotel em Lisboa, sobre se acredita que o novo executivo tem condições para se manter no poder durante os quatro anos de mandato, Catroga vincou que "em política, seis meses é uma eternidade".