"Dizem que vivemos um momento histórico, será?"

No artigo de opinião assinado pelo dirigente socialista, António Galamba, muitas são as dúvidas que surgem a propósito deste acordo à Esquerda, concretizado pelo PS, Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes.

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Notícias Ao Minuto
12/11/2015 10:15 ‧ 12/11/2015 por Notícias Ao Minuto

Política

António Galamba

"Vinte e três dias depois [das eleições], o que temos não é uma coligação pós-eleitoral, não é um acordo, é uma posição conjunta que fica aquém do que foi dito na Comissão Política Nacional do PS e escrito no seu comunicado, nomeadamente no que diz respeito à garantia de não aprovação de eventuais moções de rejeição ou de censura", comenta António Galamba no seu artigo de opinião escrito para o jornal i. 

Para o dirigente socialista, o acordo à Esquerda "não respeita o sentido do voto popular, aprisiona o PS aos partidos à sua Esquerda, afasta o partido do eleitorado moderado do centro e dificulta a tomada de decisões nas questões da construção europeia, da Zona Euro e do atlantismo". 

"Derrubado o Governo de Passos e de Portas, encerra-se a parte negativa e poder-se-á iniciar a fase da construção e do enfrentar da realidade. A história aconselha-nos a acompanhar com prudência as tendências, as evoluções e os resultados", sublinha. 

O antigo membro do secretariado nacional do PS, no tempo da liderança de António José Seguro, considera ainda "irónico" que tanto o Bloco de Esquerda, como o PCP e Os Verdes que tanto criticavam as medidas do PS, agora tenham decidido unir-se para fazer cair o Governo.

"É irónico que perpasse nas posições conjuntas com o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes uma linha de reposição, de desconstrução do que a coligação PSD/CDS fez e de regresso ao que tínhamos em 2011, quando as políticas do PS eram consideradas de Direita e o PS era 'farinha do mesmo saco'", refere, acrescentando que "afinal, ao contrário do afirmado desde sempre pelas Esquerdas, um governo do PS não é a mesma coisa que um Governo de Direita".  

António Galamba insiste no tom de desconfiança. "Será que o PCP, o Bloco de Esquerda e Os Verdes vão mudar de narrativa na fase da construção das políticas ou o registo vai continuar a ser o da era bota-abaixo?", questiona

No ar deixa ainda a questão: "Será que o nível de compromisso alcançado não se projeta numa permanente disputa do mercado eleitoral comum no plano partidário e no plano sindical, numa espiral de constante lição em torno dos aspetos positivos e de demarcação das dificuldades e das más notícias?".

"Há muita volatilidade nos valores, nas regras e na motivação dos políticos e da política. A paciência dos portugueses com o sistema político continua a esvair-se. Dizem que vivemos um momento histórico, será?", pergunta por fim.

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