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Governação é como pilotar um barco, demora "a inverter a inércia"

O líder do PSD navegou hoje uma "onda colossal" na ria de Aveiro, notando que é como o défice e a dívida, demora "a inverter a inércia", metáfora que recuperou quando um jovem lhe pediu menos impostos.

Governação é como pilotar um barco, demora "a inverter a inércia"
Notícias ao Minuto

14:52 - 25/09/15 por Lusa

Política Passos

"Mas afinal o que é que falta?", perguntava Pedro Passos Coelho para a comitiva. Depois, observou o mestre da embarcação, o moliceiro "Onda Colossal", que preparava a embarcação para percorrer um pequeno percurso na ria de Aveiro e concluiu: "Isto é como o défice e como a dívida, demora um certo tempo a inverter a inércia".

Já desembarcado no centro de Aveiro, Passos Coelho, acompanhado pelo líder do CDS-PP, Paulo Portas, e pelos candidatos por Aveiro Luís Montenegro e João Almeida, fazia uma pausa na esplanada da pastelaria Milano, com águas e ovos-moles sobre a mesa, e foi interrompido por um jovem a quem disse que não está "a fazer uma campanha de prometer tudo às pessoas" que depois não possa cumprir.

"As pessoas estão um bocado cansadas desta publicidade enganosa que sistematicamente acontece todas as eleições. Eu vou votar todas as vezes que sou solicitado, mas também me sinto cansado no final do mês quando vejo a carga fiscal que está no meu recibo", lamentou-se o rapaz, moreno, de barba e polo azul-escuro.

Passos Coelho concordou que "há uma carga fiscal muito elevada, é verdade" e voltou à imagem da "inércia" do barco, ou seja, não é possível mudar completamente de rumo com grande velocidade.

"Se for possível fazer mais porque as coisas estão a correr melhor do que estamos à espera, excelente. Ninguém quer lá ficar a encher o dinheiro para o Estado com as pessoas a passar dificuldade", disse o também primeiro-ministro, repetindo que no próximo ano deverá haver devolução de parte da sobretaxa através de um crédito fiscal, além de uma parte que já não será cobrada desse imposto extraordinário.

"Será com gosto, é um contrato fiscal. Acumularemos com isso o facto de a partir de janeiro diminuir a retenção na fonte à conta da diminuição da sobretaxa", disse, insistindo que não queria que o jovem ficasse com a ideia de que a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) está a prometer o que não pode cumprir.

A ideia de que os políticos fazem "publicidade enganosa" em campanha foi, aliás, um dos pontos recorrentes da conversa do jovem com Passos Coelho: "Estamos um bocado cansados. Vim cá para alertar que a classe política tem de ter essa sensibilidade".

"Eu agradeço, tenho essa sensibilidade, e é por isso que não estou a fazer uma campanha a prometer tudo às pessoas que não posso dar. Está a ver? Era muito fácil dizer que vamos baixar os impostos todos", disse o líder social-democrata.

Passos Coelho ouviu ainda queixas de uma professora não colocada, que o abordou com a filha pequena ao colo, e de pensionistas, suas apoiantes, que lamentaram a baixa pensão e o facto de terem trabalhado em empresas que não faziam os descontos para a segurança social.

Antes, ainda à mesa, Portas não resistia aos ovos-moles, enquanto recordava campanhas e 'rentrées' passadas do CDS em Aveiro, o distrito pelo qual tradicionalmente era cabeça-de-lista e que deixou nestas legislativas para ser o número dois por Lisboa, a seguir a Passos Coelho.

Não eram só as memórias que animavam o líder do CDS, mas uma caracterização sociológica do distrito: "Em Aveiro, 85% dos empresários foram operários. E têm uma pequena parcela de terra para fazer agricultura familiar e é assim que têm sentido de propriedade privada", dizia, para concluir que "é onde há maior elevador social", uma expressão muito usada por Portas na campanha de 2011.

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