"Tsipras tenta transferir para o povo as responsabilidades do desastre"
No espaço de opinião no Jornal de Notícias, o eurodeputado do CDS tece duras críticas ao governo de Alexis Tsipras, considerando que uma possível saída da zona euro vai levar o país à bancarrota.
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Política Nuno Melo
“Não se governa um país com a facilidade com que se fazem proclamações revolucionárias na rua. Menos se se diz aos credores o que podem e devem fazer com o seu próprio dinheiro, impondo unilateralmente condições e achando-se que numa economia de mercado, a credibilidade não importa nada”, começa por dizer o deputado europeu, em tom crítico.
Para Nuno Melo, os gregos já começam a sentir as dificuldades de um governante que garantiu que o "sol voltou à Grécia" e que "a Grécia não mais se curvaria à vontade dos credores".
Num artigo que hoje assina no Jornal de Notícias, o centrista acrescenta: "Já a dívida, essa maçada que onera quem pede dinheiro emprestado, teria de ser paga com obrigações indexadas ao crescimento nominal da Grécia, que é como quem diz, quando calhasse ser”, critica.
Em apenas “cinco meses", o "Syriza mostrou aquilo que é capaz". "Garantiu a desconfiança dos mercados, uma gigantesca fuga de capitais e a recessão. Mas claro, a culpa só poderia ser dos outros”, afirma, acrescentando que “Alexis Tsipras tenta transferir para todo o povo grego as responsabilidades do desastre que só pode ser imputado ao Syriza”.
Remetendo às palavras proferidas pelo primeiro-ministro grego em relação a Portugal, que acusou o "Governo português de conspirar com a oposição grega para provocar a queda do governo de Atenas”, Nuno Melo refere que “independentemente da lisonja para Portugal – que de país em dificuldades passa a ser interpretado pela extrema-esquerda grega como liderante das grandes decisões europeias – valha-nos a lucidez da resposta de Antonis Samaras, acusando Alexis Tsipras de ‘criar inimigos imaginários, para justificar as suas próprias mentiras e impasses’”.
“O referendo não tratará de dizer sim ou não à austeridade. Decidirá sim ou não ao euro, arrastando eventualmente a Grécia para fora da Europa, sob pretexto de uma paródia através da qual um governo tenta esconder o seu fracasso, conduzindo o país à bancarrota e ao suicídio político”, conclui.
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