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"Políticos devem reconhecer falhas e falar verdade"

O bispo de Beja considera que os políticos devem reconhecer as falhas e falar verdade e defende uma imprensa livre, para "ajudar a purificar" a política de pessoas que "não abonam no sentido da integridade".

"Políticos devem reconhecer falhas e falar verdade"
Notícias ao Minuto

09:40 - 14/03/15 por Lusa

Política Bispo

Seria "importante" que "os políticos que falharam o reconheçam e digam a verdade, como é que foi, como é que se deixaram levar ou porque omitiram os seus deveres", disse António Vitalino Dantas, em entrevista à agência Lusa.

Tal "aliviaria a justiça" portuguesa, que "está sobrecarregada de casos que nunca chegam ao fim, porque os meandros são tão grandes e depois os bons advogados e o muito dinheiro fazem com que os juízes não tenham possibilidade de pronunciar os seus julgamentos com clareza", frisou.

"Isso não contribui para pacificar a sociedade portuguesa", alertou, defendendo que, "como se diz na confissão, vai e não voltes a pecar", seria "importante que houvesse sinais de melhorar e de não cair nos mesmos perigos".

O bispo de Beja, numa referência a casos envolvendo antigas e atuais figuras políticas, disse que "nem todos [os políticos] são assim tão santos e, por vezes, deixam-se envolver em meios".

"Em Portugal, existe muito o chamado sistema da cunha e da bajulação de quem está no poder, e, às vezes, [os políticos] podem ser vulneráveis" e "alguns sentem muitas dificuldades e, por vezes, também usam alguns meios que não serão os mais legais", disse o prelado.

Segundo o bispo, "a comunicação social está mais atenta e deve ajudar a população a fazer o seu discernimento para que não concorram em eleições pessoas que realmente têm um passado que não dá sinal de que vão ser bons políticos e, sobretudo, quando não deram provas de que melhoraram e se arrependeram dos males que fizeram".

Políticos, partidos e o parlamento "ajudam, mas estão um bocado dentro do mesmo barco" e, portanto, deve existir "uma imprensa livre para ajudar a purificar as campanhas eleitorais de muitos que são demagogos, mas, na verdade, não abonam no sentido da integridade pessoal e de desejarem o bem comum e é por isso que se candidatam a cargos políticos", afirmou.

A propósito da falência do BPN e da queda do Grupo Espírito Santo, Vitalino Dantas defendeu que deve haver "um maior controlo desses grandes grupos", porque "parece que estão tão bem", mas "de repente ficam na falência" e "levam à falência muita gente que confiou neles".

"Temos uma sociedade ainda muito desequilibrada, onde alguns encontram buracos para conseguirem salvar os seus recursos, até por meios escandalosos, como corrupção, e há outros que vivem do seu salário ou estão desempregados e não têm nenhumas possibilidades", lamentou, alertando: "Um poder político que não controla a sociedade e não distribui melhor a riqueza é um poder político condenado ao fracasso".

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