Plano para a ilha Terceira foi "feito para a imagem"
O presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, diz que o plano de revitalização económica da ilha Terceira proposto pelo executivo da região é "um plano de consciência pesada" e feito "para a imagem".
© DR
Política PSD Açores
Para Duarte Freitas, os Açores "têm de ter um plano para o futuro" para a Terceira e para a região, na sequência da decisão dos Estados Unidos de reduzirem o contingente que têm nas Lajes, que não é o documento apresentado pelo executivo regional há algumas semanas.
"Já vimos que é um plano de peso na consciência do Governo [Regional]. Metade do plano são matérias que o Governo tinha proposto e que nunca concretizou já de há 10 anos para cá (...). Foi feito, de novo, para a imagem e para dizer que é preciso que alguém nos pague muito dinheiro", afirmou, em entrevista à Lusa, na véspera das eleições diretas para a liderança do PSD/Açores, nas quais é o único candidato.
Duarte Freitas ressalvou que "é importante" que haja contributos dos EUA para a Terceira e também fundos comunitários "reforçados" a pensar neste problema, além de outros apoios da República.
"Agora, para além deste primeiro impacto em que estes fundos podem ter importância, temos é de ter um plano de futuro que não é este, que possa pegar naquelas infraestruturas que existem [na Terceira], em algumas pessoas capazes que não vão ter mais emprego ali e construir ou reconstruir um novo fôlego para a ilha Terceira e fazer deste momento difícil uma oportunidade de médio e longo prazo", afirmou, insistindo que mesmo que haja ajudas internacionais ou de Lisboa, têm de ser os açorianos "a meter mãos à obra".
Para Duarte Freitas, a posição geoestratégica dos Açores não pode ficar exclusivamente amarrada à "utilidade militar" das ilhas e o futuro passa pela investigação e ciência.
"É muito interessante aquilo que os fundos de inovação e ciência [europeus] podem trazer para os Açores. Baseiam-se em parcerias e em centros de excelência e eu acho que é por aí que temos de ir, captando muita gente que está na nossa diáspora e que já trabalha nessas áreas", afirmou, apontando a centralidade, a segurança e as infraestruturas já existentes na região como mais-valias.
Na moção com que se apresenta às primárias de terça-feira, Duarte Freitas considera que "existem novas dimensões onde os Açores facultam um amplo campo de possibilidades" e que a região "pode ser um laboratório privilegiado para a investigação e a experimentação" em áreas diversas, como a oceanografia, o ambiente ou o aeroespacial.
Para além da ciência, o documento refere ainda o potencial para os Açores dos tratados comerciais entre a Europa e a América do Norte que estão em negociação ou da exploração e controlo da Zona Económica Exclusiva.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com