A líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, vai reunir-se com o primeiro-ministro, Luís Montenegro na quarta-feira, dia 17 de setembro, às 18h00.
A informação foi avançada ao Notícias ao Minuto por fonte dentro do partido que acrescentou que a reunião será apenas entre a liberal e o chefe do Governo e que terá como foco o Orçamento do Estado (OE).
Será a primeira reunião de Montenegro com um dos partidos políticos com assento parlamentar este ano, no âmbito do documento, que é entregue à Assembleia da República no dia 10 de outubro.
A semana passada, o Executivo já se tinha começado a sentar à mesa com os partidos para começar a discutir o assunto (entre outros), mas os encontros contaram apenas com os ministros das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, da Presidência, António Leitão Amaro, e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim - ou seja, Luís Montenegro não esteve presente.
Chega queria ser o "parceiro preferencial" do Governo no OE
A primeira ronda de reuniões contou com o Chega, o Livre e o Iniciativa Liberal. No final, a deputada Rita Matias afirmou aos jornalistas, que o seu partido queria ser o "parceiro preferencial" do Governo nas negociações para o OE.
"Estamos atentos e queremos colaborar. André Ventura deixou as portas abertas para uma negociação e esperamos que o Governo, ao contrário do ano passado, perceba que há um parceiro preferencial. Esse parceiro preferencial foi decidido pelos portugueses no dia 18 de maio, ao ter dado uma maioria expressa à direita, uma maioria reforçada também pelo partido Chega", afirmou a deputada do Chega e também candidata à autarquia de Sintra.
A ideia foi afastada pouco depois por Carlos Abreu Amorim que alegou que o Governo vai "negociar com todos os grupos parlamentares" sem qualquer "lógica de preferência" ou "parceiros preferenciais".
"O Governo está disponível para negociar com todos e depois realizar e continuar os objetivos da sua política orçamental e outros com aqueles que se queiram juntar a nós", afirmou o ministro.
Carlos Abreu Amorim elogiou também o sentido de "responsabilidade" demonstrado por estes três partidos, realçando que as conversações tiveram "um começo feliz".
A reunião com o Partido Socialista, que aconteceu dias mais tarde, terá seguido o mesmo caminho, com o ministro a salientar que “foi construtiva e com conclusões”.
"Esperamos com muita convicção que a seriedade se mantenha e a lucidez democrática também e que o PS possa vir a viabilizar o Orçamento do Estado. Houve momentos de grande convergência e outros de natural divergência democrática, como não podia deixar de ser", observou.
"Tal como nas outras reuniões que tivemos na passada quarta-feira [Chega, Livre e Iniciativa Liberal], tivemos um clima de grande seriedade e de responsabilidade. O PS ouviu as propostas do Governo, houve momentos de concordância e outros de discordância, como é perfeitamente normal neste tipo de reuniões", acrescentou.
Já o Bloco de Esquerda e o PCP mostraram o seu desagrado com o documento desde o início, defendendo que as propostas do Executivo não vão resolver os problemas do país.
"Aliás, as opções políticas vão no sentido inclusivamente do agravamento da situação do país. O exemplo do IRC creio que é muito significativo", argumentou a líder parlamentar dos comunistas, Paula Santos, na quarta-feira, dia 10 de setembro, depois de ter estado reunida com vários membros do Executivo.
Dias mais tarde, o BE reiterou as mesmas ideias, pela voz do ex-líder parlamentar e dirigente do partido, Fabian Figueiredo: "Se existe conteúdo bom do Orçamento do Estado, não se conhece, tudo o que se conhece do orçamento do Estado é mau".
Já a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, disse ter "algumas preocupações" mas admitiu que ainda não é altura de “deitar a toalha ao chão” e definir já um sentido de voto.
Quanto ao Juntos Pelo Povo (JPP) não é, para já, conhecida uma posição.
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