Autárquicas a todo o gás. De Norte a Sul, partidos optam pelas coligações

Com eleições autárquicas em dois meses e meio, os partidos posicionam-se de variadas formas. Há 27 concelhos que nunca mudaram de partido desde 1976. Por outro lado, o PS a consegue, há já vinte anos, a maioria das autarquias por todo o país.

câmara municipal de lisboa

© Wikimedia Commons

Carolina Pereira Soares
29/07/2025 11:40 ‧ há 10 horas por Carolina Pereira Soares

Política

Eleições Autárquicas

A menos de três semanas da data limite para a entrega de todas as candidaturas às eleições autárquicas, é claro que, tanto à Direita como à Esquerda, a grande aposta é nas coligações.

 

De norte a sul do país, os partidos unem candidaturas para tentar ganhar mais câmaras num cenário que há vinte anos não muda de cor: a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) está há duas décadas em mãos socialistas.

Aliás, há 27 concelhos que nunca mudaram de partido desde 1976, as primeiras eleições depois do 25 de Abril. Nesta contagem, no entanto, é o PSD que lidera, com doze autarquias que sempre foram “laranja”; segue-se o PS com nove e os comunistas com seis.

Perante um cenário de difícil alteração, o PSD e o CDS voltam a candidatar-se juntos a diversas câmaras, acordos nos quais a Iniciativa Liberal também tende a entrar. À Esquerda as alianças fazem-se entre o PS, o BE e o Livre, mas também apenas entre o BE e o Livre em algumas câmaras. O PAN balança entre Direita e Esquerda, e partidos como o Volt, o Nós, Cidadãos, o PPM (Partido Popular Monárquico) e o MPT (Partido da Terra) também se juntam às candidaturas.

As coligações à Esquerda

Em Lisboa, a candidatura da ex-líder parlamentar do PS Alexandra Leitão é apoiada por uma coligação que engloba toda a Esquerda, e que deixa apenas de parte o PCP, que recusou fazer coligações pré-eleitorais e concorre com o próprio candidato, o vereador João Ferreira.

Assim sendo, PS, Livre, BE e PAN juntam-se na coligação 'Viver Lisboa' que apoia Alexandra Leitão e tenta destronar o atual autarca Carlos Moedas.

A mesma forma de coligação é repetida em Ponta Delgada com a 'Unidos por Ponta Delgada', para tentar tirar a autarquia que sempre foi dos sociais-democratas, excepto durante um mandato de 1989 a 1993, em que os socialistas venceram coligados com os centristas.

Já na cidade ‘invicta’ as negociações não chegaram a bom porto e cada partido segue com uma candidatura própria. O PS segue com Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde do governo de António Costa, que concorre frente a frente contra um também ex-ministro, Pedro Duarte.

Em Sintra, o PS junta-se ao Livre em apoio a uma candidatura contra “retrocessos” encabeçada por Ana Mendes Godinho, ex-ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Em Oeiras, onde o PSD escolheu apoiar Isaltino Morais, o PS e o PAN unem forças, enquanto o Livre, o BE e o Volt mantêm a coligação na autarquia.

Em Loures, onde recentemente o autarca socialista tem sido alvo de duras críticas (devido à polémica com a demolição do bairro do Talude), o Livre, o Bloco e o PAN concorrem juntos. O mesmo acontece em Cascais onde assumem uma coligação "do lado certo da história", e ainda em Gaia, onde o BE e o Livre concorrem juntos numa candidatura que visa "juntar e abrir a esquerda para incluir toda a gente".

As coligações à Direita

A começar, desde logo, pela capital, o PSD anunciou de novo o apoio ao atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. Desta vez, candidata-se pela coligação 'Por Ti, Lisboa', que conta com o PSD, CDS-PP e IL.

Já nas eleições de 2021, quando Carlos Moedas venceu o candidato socialista e então autarca de Lisboa Fernando Medina, a direita concorreu com a coligação 'Novos Tempos'. Na altura, com PSD, CDS-PP, MPT, PPM e Aliança.

No Porto, a fórmula repete-se. PSD, IL e CDS-PP concorre com a coligação 'O Porto Somos Nós' encabeçada por Pedro Duarte, ex-ministro dos Assuntos Parlamentares no primeiro executivo de Luís Montenegro.

Enquanto isso, o atual presidente da Câmara do Porto Rui Moreira, pondera uma outra candidatura à presidência: desta vez, à da República.

Em Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes surge apoiado pela coligação tripartidária, numa candidatura a uma câmara que já presidiu entre 1997 e 2013. O ex-presidente do PSD concorreu ainda à autarquia do Porto em 2013, mas não venceu.

Em Gondomar, o CDS-PP cai da coligação, por não ter conseguido chegar a acordo com o PSD, e sociais-democratas e liberais concorrem juntos. Já em Braga, cai a IL, que decide concorrer com o próprio candidato: o ex-líder do partido, Rui Rocha.

Deixando o Norte, as coligações à Direita mantém-se, mas começam a incluir mais partidos, nomeadamente aqueles que não têm assento parlamentar.

O 'Juntos Somos Coimbra' junta o PSD, o CDS-PP, o PPM, o Volt, o MPT e ainda o Nós, Cidadãos. Uma coligação que já tem provas dadas: em 2021, venceu as eleições a Coimbra.

Em Cascais, surge o clássico PSD com CDS-PP, que já lidera a autarquia há vinte anos. Em Sintra, surge o PAN coligado com o PSD com a IL. E em Faro a coligação conta com PSD, CDS-PP, IL, PAN e MPT.

As coligações à Esquerda e à Direita já se avolumam, mas o número ainda deve aumentar até ao dia 18 de agosto, o prazo para a entrega das listas finais das candidaturas autárquicas. As eleições têm data marcada para 12 de outubro.

Leia Também: Chega promete creches gratuitas para famílias "portuguesas residentes" em Lisboa

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