"O acordo EUA/UE subscrito por Trump e Von der Leyen constitui um deplorável ato de abdicação da União Europeia perante as imposições e interesses dos EUA", lamentou o partido em comunicado.
Em causa está o acordo comercial entre a UE e os Estados Unidos, alcançado no domingo, e que fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.
Segundo os comunistas, este entendimento entre os dois blocos "subordina a UE aos interesses dos EUA no chamado dossier das taxas alfandegárias", ao estabelecer um "valor mínimo de 15% (bem superior no que respeita ao aço e alumínios) aos produtos europeus, em contraste com os 0% para os dos EUA".
O PCP considerou ainda que o acordo conta com a "com a cumplicidade do Governo PSD/CDS, que na esteira das posições do PS, é expressão da submissão às imposições dos EUA e da UE".
"A abdicação de instrumentos de soberania como a política comercial, deixada nas mãos da UE e de quem a controla, retira ao país meios de defesa dos seus interesses e tem conduzido à comprovada desvalorização da capacidade produtiva nacional, ao aumento da dependência externa e da vulnerabilidade perante situações como esta", lamentou o partido.
O comunicado realça que, sendo os EUA o "quarto maior destino" das exportações portuguesas, "ganha reforçada premência" uma política de defesa dos setores produtivos nacionais, que envolva a diversificação das relações comerciais e inclua ainda a substituição de importações por produção nacional e a valorização do mercado interno.
O acordo prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) -- visando nomeadamente substituir o gás russo -, o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros) e um aumento das aquisições de material militar.
Os EUA e os países da UE trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços.
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