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"Partidos são agências de ascensão social"

O histórico social-democrata Ângelo Correia dá, este sábado, uma entrevista ao jornal i onde aborda a vida política portuguesa: a antiga e a atual. O ex-ministro diz acreditar que Sá Carneiro poderia ter sido um ?herói? e que Mário Soares foi um ?visionário? e critica a forma como se faz política atualmente, descrevendo os partidos como ?agências de ascensão social dos seus membros?.

"Partidos são agências de ascensão social"
Notícias ao Minuto

08:27 - 27/09/14 por Notícias Ao Minuto

Política Ângelo Correia

Em entrevista ao jornal i, Ângelo Correia começou por falar no passado. O histórico social-democrata revelou que para si “D. Dinis” foi um herói, algo que não se vê nos últimos quarenta anos. Poderia ter sido Sá Carneiro, acredita, mas a sua “curta experiência governativa não lhe deu hipóteses de consagração”.

Sobre Mário Soares, Ângelo Correia garante que foi um “visionário” que em 1974 percebeu que “era urgente a criação de uma alternativa” àquilo que tinha sido o rumo da política portuguesa até então.

Considerando Cavaco Silva uma “boa pessoa” e “respeitável”, o social-democrata confessa que se “cansou” da vida política “na última fase do cavaquismo” porque, explica, o “cavaquismo é pior do que Cavaco”.

Mas o seu abandono prematuro da política deve-se também ao facto de ser “muito franco”. “Nem todos aguentam, a maioria não aguenta”, frisa.

Passando do passado para o presente, aquele que foi o mentor de Passos Coelho acusa o primeiro-ministro de ser “transpersonalista”.

“Ele [ Passos Coelho] é transpersonalista: as pessoas são um mero acessório do Estado”, revela, acrescentando que o primeiro-ministro o afastou do partido.

“Pedro Passos Coelho fez comigo o que todos os partidos fazem com os mais velhos: afastou-me. As novas elites, se o termo se deve aplicar, respeitam o princípio da distância aos mais velhos. Nota-se no tratamento das pensões”, atira.

Por fim, Ângelo Correia revela a sua visão daquilo que um partido representa na sociedade atual.

“Os partidos políticos não são entidades que formam a opinião pública ou a protagonizam. São sobretudo agências de ascensão social dos seus membros”, garante.

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