Num projeto de resolução entregue hoje na Assembleia da República, a bancada parlamentar comunista considera que a venda de 100% do Novo Banco ao grupo bancário francês BPCE visa "terminar um processo de assalto aos cofres do Estado, com o conluio do Governo", e representa "um novo crime económico e político".
O PCP afirma que "apresentar esta operação, como fez o Governo PSD/CDS, como algo positivo é uma forma descarada de tentar enganar o povo português", argumentando que este foi um "negócio ruinoso" em que "o povo português pagou, um fundo dos EUA lucrou e um grupo económico francês ficou com o banco".
"A venda e privatização total do Novo Banco é o passo mais injusto, mais contrário ao interesse nacional, mais lesivo do Estado de todos os possíveis passos, mesmo tendo em conta o trajeto desastroso que foi do BES ao Novo Banco ao longo do período que decorreu entre a aplicação da medida de resolução e esta anunciada venda", acrescentam.
A bancada comunista considera que esta operação "não é politicamente aceitável e a sua concretização pode e deve ser travada" e defende que, em vez de ser vendido, o Novo Banco deve ser nacionalizado para colocar a instituição ao "serviço do desenvolvimento do país".
A Lone Star chegou a acordo com o grupo bancário francês BPCE para a venda da sua posição acionista no Novo Banco por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social.
A conclusão da transação está prevista para o primeiro semestre de 2026.
O Governo já anunciou também que vai acompanhar a venda da Lone Star, alienando os 11,46% do capital do Novo Banco controlados diretamente pelo Ministério das Finanças, que deverá render cerca de 733 milhões de euros.
Os restantes 13,54% estão nas mãos do Fundo de Resolução que poderá encaixar cerca de 866 milhões de euros com o negócio.
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