"Este tipo de situações não pode acontecer. São situações inaceitáveis em democracia. Inaceitáveis por todas as razões, mas inaceitáveis aqui também: Um eleito [Miguel Coelho, do PS] que é atacado com violência. Isto não pode acontecer", disse Carlos Moedas, em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia dos 630 anos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.
Durante o ato eleitoral de domingo, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior foi agredido e insultado à porta de uma mesa de voto em Alfama, por um cidadão que conhece e do qual já fez queixa à polícia.
Em declarações telefónicas à Lusa, o socialista Miguel Coelho explicou que o incidente ocorreu quando visitava as mesas de voto para saber se o ato eleitoral estava a correr bem.
"Numa delas, em Alfama, estavam pessoas para votar na fila, entrei para cumprimentar e um indivíduo começou a chamar-me nomes. A seguir deu-me um empurrão na cara, de mão aberta, e atirou-me ao chão", relatou.
Miguel Coelho disse que conhece o cidadão que o agrediu e que apresentou queixa na polícia, ressalvando que, anteriormente, não teve qualquer episódio semelhante com o mesmo indivíduo.
Numa curta mensagem na sua página pessoal na rede social Facebook, o autarca do PS acrescentou que foi agredido por um indivíduo que gritou ser votante do partido Chega e que, usando linguagem racista e discriminatória, o insultou por ser "amigo" de um determinado grupo étnico.
Face a este incidente, o presidente da Câmara de Lisboa endereçou "um abraço de solidariedade" a Miguel Coelho, a quem telefonou "imediatamente" após ter conhecimento da situação, inclusive para perguntar se precisava de alguma coisa: "Eu penso que ele está bem de saúde, mas obviamente estas situações não podem acontecer".
"Isto é inaceitável e a justiça tem de tomar as suas medidas. Eu penso que a pessoa já foi identificada e deve ser levada perante a justiça" por um "ato que não pode acontecer em democracia", reforçou Carlos Moedas.
A AD (coligação PSD/CDS-PP) venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, com 58 cada. A IL conseguiu nove deputados, o Livre seis, a CDU (PCP/PEV) três, enquanto o BE, o PAN e o JPP elegeram um cada.
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