'Corte' taxas moderadoras? "Estremeci ao ouvir. Não existem desde 2022"

A antiga Ministra da Saúde Marta Temido pediu, depois de ouvir o chefe de Governo, que houvesse uma comunicação "clara" nestes tempos difíceis "de combate a incêndios" e apontou que as taxas moderadoras "já não existem no SNS (salvo urgências não referenciadas) desde maio de 2022".

Marta Temido Ministra da Saúde

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Ana Teresa Banha com Lusa
22/08/2025 00:01 ‧ há 2 horas por Ana Teresa Banha com Lusa

Política

Incêndios

A antiga Ministra da Saúde Marta Temido recorreu, esta quinta-feira, à rede social X (antigo Twitter), para comentar uma das medidas aprovadas no Conselho de Ministros extraordinário pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

 

"Depois de mais de 20 dias de incêndios rurais, um Conselho de Ministros extraordinário aprovou, hoje '45 medidas'. O primeiro-ministro destacou, entre as primeiras, o reforço dos cuidados de saúde nas zonas afetadas, incluindo a 'dispensa de taxas moderadoras'", começou por escrever nas redes sociais.

Temido, que liderou a pasta quando António Costa era chefe de Governo, continuou: "Confesso que estremeci ao ouvir. As taxas moderadoras já não existem no SNS (salvo urgências não referenciadas) desde maio de 2022. Em momentos tão difíceis para tantas famílias, era importante que a comunicação fosse rigorosa e clara - as pessoas merecem confiança e verdade."

Note-se que o Conselho de Ministro de hoje aconteceu em Viseu, começando às 17 horas e com o briefing e anúncios a acontecerem por volta das 20h30. Durante a comunicação ao país, Luís Montenegro disse que tinha sido aprovado um reforço de cuidados de saúde nas zonas afetadas pelos incêndios florestais, incluindo a isenção de taxas moderadoras e a dispensa de medicamentos.

Sem avançar mais informação, e seguindo para outras medidas, Montenegro disse que a dispensa seria feita gratuitamente pelas unidades do Serviço Nacional de Saúde.

Entre o que foi aprovado na reunião,  prometeu igualmente, sem pormenorizar, apoios às Instituições Particulares de Solidariedade Social envolvidas no auxílio às populações fustigadas pelos fogos.

Montenegro anunciou também que foi dada 'luz verde' a um novo "instrumento legislativo", para "funcionar como lei-quadro" em situações como os grandes incêndios rurais, que permitirá abrir um concurso para apoiar as autarquias na rápida reparação de infraestruturas.

A 'resposta' às críticas e "perceções"

Num discurso em que elencou algumas das 45 medidas aprovadas, Montenegro foi ainda questionado sobre a Festa do Pontal, assim como as críticas que se seguiram.

"Nunca menosprezei a ameaça que tínhamos pela frente quando tivemos a informações das condições meteorológicas que tínhamos que enfrentar", respondeu, acrescentando que ao longo deste período "todo o Governo trabalhou em várias frentes".

"Se, em algum momento, foi criada alguma perceção de que esse acompanhamento não era tão próximo, intenso e profundo, só posso lamentar que isso tenha acontecido, porque sinto até injustiça dessa imputação. Mas reconheço que possa também ter contribuído para que isso possa ter acontecido. Não em custa dizê-lo porque tenho a consciência de que cumpri todas as responsabilidades com os meus colegas de Governo, mas que aqui ou ali é preciso que esse cumprimento tenha também uma perceção mais concreta por parte das pessoas", admitiu.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais e florestais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair na sexta-feira.

Segundo dados oficiais provisórios, até ao dia de hoje arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio de Arganil.

Leia Também: Fogos. Governo quer apoiar recuperação de casas a 100% até 250 mil euros

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