Luís Montenegro falava no comício de encerramento da campanha da AD -- Coligação PSD/CDS-PP e fez, pela primeira vez, uma alusão à razão na origem da crise política e das eleições antecipadas de domingo: as dúvidas da oposição sobre a empresa familiar Spinumviva, que fundou e recentemente transmitiu aos filhos.
Depois de falar do projeto e da equipa da AD, o presidente do PSD disse querer também falar da sua liderança.
"É uma liderança transparente e uma liderança ética. Bem sei que aqueles que não conseguiram contrapor o projeto e contraditar a equipa tentaram ir pela via mais fácil, que era atacar o líder", criticou.
Montenegro disse ter uma postura diferente, de não atacar os adversários, mas quis deixar a defesa da sua atitude ao longo deste processo: "Sujeito-me, não me queixo, a todo o escrutínio, a toda a avaliação, mas nunca ninguém foi tão transparente como eu fui".
"Continuarei a ser e continuarei a agir como sempre agi, como até aqui, nunca farei a ninguém aquilo que me quiseram fazer a mim", afirmou.
Procurando fazer um contraponto com os seus adversários políticos, sem nunca os nomear, o líder do PSD disse não querer "impor o seu pensamento ou projeto a atacar os outros".
"Eu estou aqui para apresentar soluções e executar o que proponho", disse.
Na reta final da sua intervenção, Montenegro deixou o derradeiro apelo ao voto em nome da estabilidade, que fez ao longo de toda a campanha, enfatizando que a situação internacional é de "instabilidade e de perigo".
"Eu sei que as portuguesas e os portugueses são os primeiros a querer alcançar essa estabilidade e a ter um governo que possa ter a oportunidade de executar o seu programa e ser depois julgado por isso. Eu confio na vossa avaliação. Eu confio no vosso juízo. Eu confio na vossa decisão", referiu.
Apesar de dizer saber que a AD vai vencer as eleições de domingo, afirmou, contudo que "o resultado não está garantido".
"Quem quer atingir o objetivo da estabilidade terá apenas a oportunidade de o fazer quando colocar uma cruzinha no boletim de voto no próximo domingo. Não há ninguém que vá votar em nome de ninguém. Cada um é detentor do seu voto", disse.
Montenegro deixou elogios ao povo português, afirmando que é "particularmente inteligente em votar para atingir os objetivos que quer".
"Eu sei que nós vamos ganhar as eleições, mas ainda que as não ganhássemos, tudo aquilo que nos deram, tudo aquilo que nos dão já é suficiente para eu ir de coração cheio, para eu ir tranquilo por termos um grande país, um grande povo que será sempre, em todas as circunstâncias, capaz de construir um grande país", afirmou.
No início da intervenção de Montenegro, duas pessoas foram retiradas do Campo Pequeno pela segurança, mas não foi possível perceber quais as suas reivindicações, já que o seu grito foi rapidamente abafado pelos de "AD, AD, AD".
[Notícia atualizada às 21h14]
Leia Também: AO MINUTO: "O Luís vai trabalhar"; PS diz que "vai derrotar sondagens"