"A nossa história fala por nós. Nós alguma vez falhámos às soluções concretas para a vida das pessoas? Eu até diria assim: Se todos fizessem como o PCP e a CDU fizeram sempre, a vida de cada um estaria muito melhor", disse Paulo Raimundo, que falava aos jornalistas durante uma arruada em Benfica, no concelho de Lisboa.
Questionado sobre os apelos diretos de acordo do Livre ao PS e a possibilidade de a CDU ficar para trás, o secretário-geral do PCP afirmou que os comunistas estão sempre "à frente".
"O Livre faz apelos ao PS. O PS responde aos apelos do Livre. O que nós apelamos é ao nosso povo, aos trabalhadores, àqueles que trabalharam a vida inteira, à juventude, que provoquem um sobressalto. Provoquem um sobressalto não para as negociatas, mas para resolver a problema da vida de cada um", disse.
Na perspetiva de Paulo Raimundo, quem faz essa exigência "não está atrás", mas "muito à frente, a querer firmar um projeto de futuro".
"Se o nosso povo provocar esse sobressalto, não tenho dúvida nenhuma que arrastaremos muito mais gente para este projeto, inclusive a esses que andam agora a fazer apelos uns aos outros", vincou.
Em declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo voltou a abordar o aumento da mortalidade infantil, acusando o PS de ser o "grande responsável" pela atual situação e a AD de ser "um acelerador do desmantelamento" do Serviço Nacional de Saúde.
No final da arruada onde também esteve presente o candidato da CDU à Câmara de Lisboa, João Ferreira, o deputado António Filipe discursou, procurando desmontar, dessa feita, o apelo ao voto útil por parte de socialistas e sociais-democratas.
"Como é que um voto que quer deixar tudo rigorosamente na mesma e quer garantir esta alternância entre PS e PSD pode ser considerado um voto útil? Ele pode ser útil para quem o recebe, mas nunca é útil para quem o dá", afirmou.
António Filipe acusou ainda PS e PSD de gerarem "umas criaturas partidárias da direita mais radicalizada", uns que "querem privatizar tudo e mais alguma coisa" e outros que levam "para a Assembleia da República ladrões de malas".
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