"Que a direita cante vitória num distrito onde em 10 deputados tem sete, a direita e o centro, é natural. Nós estamos cá exatamente para contar a história ao contrário, ou seja, para dizer que é possível neste distrito voltar a eleger, como aconteceu já três vezes antes, deputados do Bloco de Esquerda", argumentou Fernando Rosas, em declarações aos jornalistas, na Marinha Grande, em Leiria.
O histórico fundador do BE, que foi deputado pela última vez há mais de uma década, em 2010, afirmou que "nunca abandonou a luta" mas tomou a decisão de voltar às listas do partido nestas legislativas antecipadas como cabeça de lista em Leiria por considerar que existe uma "situação de alarme democrático no país e no mundo".
Momentos antes de falar aos jornalistas, Fernando Rosas já tinha reconhecido que está perante um desafio, durante uma conversa com trabalhadores por turnos da indústria vidreira, cujas dificuldades quer representar na Assembleia da República.
"Estamos a lutar. Dirão que é uma luta contra a corrente, difícil, é um distrito ode a esquerda tem que travar uma luta dura mas bom, o nosso destino é esse", argumentou o historiador.
Rosas quer que muitos problemas dos trabalhadores portugueses sejam debatidos no parlamento, algo que considera que atualmente não acontece.
Interrogado sobre se está com energia para a campanha eleitoral, Fernando Rosas devolveu uma pergunta: "O que é que acha?".
"Lutar, remar contra a corrente, foi sempre o propósito da minha vida e da vida do Bloco quando ela se criou, é por isso que cá estamos", completou o bloquista, que em 1972, durante o período da ditadura de Salazar, foi um dos presos políticos a estar cerca de um ano na Fortaleza de Peniche.
Além de Fernando Rosas, o BE tem como trunfo nestas legislativas as candidaturas de mais dois fundadores do partido: Francisco Louçã, por Braga, e Luís Fazenda, que encabeça a lista em Aveiro.
O BE não elege em Leiria desde 2022, altura em que perdeu representação parlamentar neste distrito, conquistada pela primeira vez em 2009 e depois em 2015 e 2019.
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