O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, comentou, esta sexta-feira, as últimas atualizações que envolvem a Spinumviva, nomeadamente, o acesso à declaração de interesses de Luís Montenegro - e possível divulgação à comunicação social a partir dos partidos, que já responderam a tal.
"Aquilo que todos nós - o país - ficámos a perceber ontem foi que, afinal, Luís Montenegro, não queria mesmo revelar todos os nomes dos seus clientes. E que atrasou ao máximo aquilo que era uma obrigação declarativa. E digo atrasar ao máximo para tentar assegurar que os nomes dos seus clientes não eram conhecidos até à data das eleições", começou por referir, em Torres Vedras, distrito de Lisboa, questionando que clientes é que Montenegro "quis esconder."
"Sabemos, efetivamente, que pelo menos Luís Montenegro tem evitado cumprir obrigações declarativas", acusou, apontando que o chefe de Governo não só não declarou "todas as suas contas ao Tribunal Constitucional", como "quis dificultar ao máximo a apresentação do nome dos seus clientes [quando era responsável pela empresa]."
"A questão hoje não é tentar percebermos como é que Luís Montenegro ainda é primeiro-ministro de Portugal. É como é que Luís Montenegro ainda é candidato a primeiro-ministro de Portugal", questionou.
O socialista foi ainda confrontando sobre o pedido do Partido Social Democrata (PSD), levado a cabo, nomeadamente, por Hugo Carneiro, que pede a abertura de uma investigação-crime no caso e 'chama' o Ministério Público para averiguar a situação.
"Essa é mais uma razão para que não corramos o risco de ter à frente dos destinos do país um partido e pessoas que não têm o respeito pela liberdade de imprensa, que é uma das nossas vitórias com Abril e com a democracia que conseguimos", considerou, classificando como "grave" que dirigentes do PSD "estejam a tentar atacar aquilo que é o trabalho da comunicação social e jornalistas."
Sublinhando que não era a primeira vez que o partido fazia declarações "não abonatórias para a liberdade de imprensa", Pedro Nuno afirmou que neste último caso se tinham "ultrapassado todos os limites daquilo que é aceitável."
"A situação que hoje vivemos é grave do ponto de vista das instituições e é ainda o primeiro-ministro que está a colocar em causa confiança nas instituições", reforçou.
[Notícia atualizada às 10h10]
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