OE2025. "Governo está a negociar com PS, logo o Chega está fora"
O líder do Chega reiterou hoje que o seu partido "está fora das negociações" do próximo Orçamento do Estado porque o Governo continua "a negociar com o PS", e admitiu que só voltaria a negociar um documento novo.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Política André Ventura
Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura foi questionado sobre as palavras do seu líder parlamentar, que de manhã afirmou que, se o Governo excluir o PS das negociações do próximo orçamento e mostrar disponibilidade para acolher propostas do Chega, o partido está disponível para permitir a sua viabilização.
O líder do Chega reiterou que o seu partido "está fora destas negociações e foi isso que o líder parlamentar também deixou claro", insistindo que "é irrevogável, o Chega está fora destas negociações orçamentais".
"Não há o 'se', o Governo está a negociar com o PS, logo o Chega está fora destas negociações", insistiu, considerando que, como o documento é entregue no parlamento daqui a um mês, "não pode deixar de negociar com o PS, a não ser que refaça o orçamento do Estado todo, o que não é possível".
André Ventura disse que para o Chega voltar a negociar "teria de ser outro orçamento, não este".
"Se o Governo quiser, por pressão do Presidente da República, por outro [motivo] qualquer, e aí vamos ao encontro destas palavras, acabar com este orçamento todo e então começar a construir um outro, bom, isso seria outra coisa, mas não é este orçamento, teria que ser outro, já não era neste tempo, teria que ser num tempo mais para a frente", indicou.
Se forem "iguais aos do PS", no que depender do Chega "não passará".
O presidente do Chega recusou dissonância de posições, defendendo que Pedro Pinto foi ao encontro da posição que tem manifestado nos últimos dias.
No sábado, André Ventura foi questionado sobre o que levaria o Chega de volta à mesa das negociações, e respondeu que o seu partido "não negoceia com partidos que estão a negociar com o PS simultaneamente as medidas do PS" e que "era preciso que o Governo voltasse tudo atrás e dissesse 'afinal não queremos negociar medidas do PS, vamos aceitar negociar medidas à direita contra a corrupção, contra a imigração, legal e ilegal, pela descida de impostos'".
Sobre a reação da ministra da Justiça à fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, André Ventura considerou que Rita Alarcão Júdice falou tarde e "de forma pouco eficaz e apropriada" e argumentou que a governante "conseguiu fazer o que seria impensável, dizer que houve uma cadeia sucessiva de falhas e de erros graves, sem nunca apontar o erro e a falha grave do próprio Estado".
Nesta declaração aos jornalistas, o presidente do Chega foi questionado também sobre o facto de o partido ter rejeitado, a par de PSD e CDS-PP, a realização de um debate sobre a TAP esta tarde, com a presença do ministro das Infraestruturas, na Comissão Permanente da Assembleia da República.
Ventura disse que quer ouvir o ministro no parlamento "num debate com grelha própria, com tempo para responder e com tempo para fazer perguntas, não é no meio de uma comissão permanente, sem nenhum tempo para fazer o escrutínio".
O presidente do Chega defendeu que este "é um assunto demasiado sério" e "as coisas têm que ser feitas com dignidade" e rejeitou que a TAP fosse discutida numa comissão permanente com outros pontos na agenda.
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