Costa livre de suspeitas? "MP parece viver noutro mundo. Deve esclarecer"

O ex-primeiro-ministro António Costa foi ouvido na sexta-feira pelo Ministério Público, depois de em abril ter apresentado um requerimento para ser ouvido "com a maior celeridade" possível. Recorde-se que a audição acontece mais de seis meses depois da queda do executivo de Costa.

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Teresa Banha
25/05/2024 19:39 ‧ 25/05/2024 por Teresa Banha

Política

Operação Influencer

O ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, comentou, este sábado, os últimos desenvolvimentos no âmbito da Operação Influencer, que dão conta de que o ex-primeiro-ministro António Costa foi ouvido pelo Ministério Público (MP) ontem. Costa não foi constituído arguido naquele que foi o processo que levou à queda do seu governo, e à eleição do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.

"É sempre positivo ver a justiça a funcionar. Espero que o Ministério Público, que parece viver noutro mundo, esclareça o que aconteceu", afirmou, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.

Cabrita sublinhou que "não fazia nenhuma especulação" e apontou que o MP tinha "a maior autonomia da Europa", e que este modelo deverá ser salvaguardado.

"Mas  não significa que o Ministério Público esteja fora do mundo. Deve esclarecer. Tem um modelo que é autónomo, mas igualmente hierarquizado, portanto, exatamente para defesa do regular funcionamento de justiça, deve prestar esclarecimentos", defendeu, acrescentando que esta ideia se aplicava tanto a este caso, quanto a outros, como no caso de Rui Rio, cuja casa foi no ano passado alvo de buscas - assim como a sede do Partido Social Democrata (PSD). Em causa estavam suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes. "Como se aplicou naquilo que foi uma injustiça tremenda feita ao meu antecessor, Miguel Macedo", apontou.

O seu colega de painel, o social-democrata Miguel Relvas considerou que a situação de Rio "não é comparável". "Este é um caso de de maior dimensão. Caiu um governo. Caiu um primeiro-ministro. É insuportável para a credibilidade das nossas instituições se mais um primeiro-ministro, depois do caso de José Sócrates que está a decorrer, tivéssemos mais um", disse.

O antigo secretário-geral do PSD confessou ainda que ficava "muito satisfeito" com os últimos desenvolvimentos no caso da Operação Influencer. "Acho que é muito positivo para a democracia portuguesa - dentro e fora. Porque precisamos que órgãos de soberania e detentores de cargos políticos sejam respeitados e que os portugueses de identifiquem com eles", considerou.

Relvas criticou, no entanto, o silêncio da Procuradora-Geral da República, Lucília Gago. "Depois daquele parágrafo que escreveu, são os seus próprios colegas, procuradores, que chegam à conclusão de que houve um engano. Mas foi um engano que levou o país a ter eleições, um engano que levou o país para uma situação completamente diferente. Estes enganos não podem morrer sem responsáveis", apontou.

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