Rui Rio admite que "de certa forma" está de regresso à vida política

O ex-líder do PSD e presidente da Câmara do Porto Rui Rio, anunciado no sábado como mandatário nacional da candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República, admitiu que "de certa forma" está de regresso à vida política.

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Lusa
01/06/2025 06:32 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Presidenciais

"Isso, de certa forma, é verdade, pelo menos até janeiro", disse aos jornalistas no sábado, à saída do Centro de Congressos da Alfândega do Porto, onde foi anunciado como mandatário nacional da candidatura de Henrique Gouveia e Melo à Presidência da República.

 

À saída da sala de jantar, recusou-se a responder a questões relativas à reação que o seu apoio a Gouveia e Melo poderia gerar no PSD, que confirmou na sexta-feira o apoio à candidatura presidencial de Luís Marques Mendes.

Rui Rio foi repetidamente dizendo aos jornalistas que "o que disse de importante" tinha sido dito no seu discurso no jantar de apoio a Gouveia e Melo, onde o seu nome foi anunciado pelo próprio Henrique Gouveia e Melo e o ex-líder do PSD entrado na sala de seguida, sob aplausos.

No seu discurso, em que referiu que era sua intenção "não voltar aos palcos principais da política nacional", Rui Rio apontou "a instável conjuntura externa" a "complexa situação económica e social" do país e a "degradação acentuada que a própria qualidade da democracia tem sofrido" como motivos para regressar à vida pública.

"Portugal precisa de um Presidente da República que não se perca no comentário avulso e conjuntural, em detrimento do que é verdadeiramente nobre e estruturante", defendeu.

Para Rui Rio, o país precisa de um chefe de Estado "que não se feche no Palácio de Belém e aproveite a comunicação social para falar com os portugueses, mas que não caia na tentação de fazer dela um modo de vida".

No seu discurso, o também antigo presidente da Câmara do Porto fez um diagnóstico a vários temas da vida nacional, considerando, "com toda a frontalidade", que "têm faltado na política portuguesa" coragem e competência.

Rui Rio enumerou a "evidente degradação dos serviços públicos, a asfixiante burocracia, a baixa produtividade da economia, os fracos salários, a escassez de poupança e de capital, o exagerado nível da despesa pública, a carga fiscal que não para de aumentar e alimenta muitas vezes políticas eleitoralistas".

"O endividamento excessivo, o preço da habitação, os graves problemas do SNS [Serviço Nacional de Saúde], as falhas da nossa escola pública, o desgoverno na política de imigração ou a falta de uma efetiva defesa do consumidor" perante quem "abusa da sua posição dominante" foram mais alguns dos problemas mencionados por Rui Rio.

Para o ex-líder do PSD, "tudo isto é resultado da falta de coragem para mudar estruturalmente o que há muito já devia ter sido mudado".

"É o resultado de uma cultura política virada para o 'marketing' e para o curto prazo, em lugar de se fixar no horizonte, ou seja, no futuro de todos nós", vincou.

Rui Rio apontou ainda a "falta de diálogo democrático, geradora de instabilidade e de mesquinhos ódios partidários que têm extremado a vida política nacional", através da importação "para a esfera política dos excessos de hostilidade e de linguagem" do futebol, o que revela uma "evidente falta de cultura democrática".

"A incapacidade de subordinar os interesses instalados ao superior interesse público tem sido a principal razão para o enfraquecimento do regime e, por consequência, para o germinar de alguma desilusão que se tem apoderado de muitos portugueses, e que se tem expressado de forma evidente nos últimos atos eleitorais", apontou ainda.

Rui Rio disse também que o país "não pode continuar a adiar uma profunda reforma da Justiça", rejeitando "julgamentos populares por inadmissíveis quebras sistemáticas do segredo de Justiça".

"Os julgamentos fazem-se nos tribunais e não nas páginas dos jornais", vincou.

Leia Também: Rui Rio é mandatário da candidatura presidencial de Gouveia e Melo

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