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PSD diz que tempo de desvalorização dos professores acabou

O PSD garantiu hoje no parlamento que o tempo da desvalorização dos professores acabou, mas não disse quais serão as próximas medidas, apesar da insistência da oposição para saber como vai o Governo resolver problemas da escola pública.

PSD diz que tempo de desvalorização dos professores acabou
Notícias ao Minuto

19:01 - 23/05/24 por Lusa

Política PSD

Depois de o Governo ter chegado a acordo com sete dos 12 sindicatos representativos dos professores para a recuperação do tempo de serviço congelado durante a intervenção da 'Troika', os sociais-democratas garantiram hoje, na Assembleia da República, que o tempo da desvalorização dos professores terminou. 

"Milhares de alunos sem professor, milhares de jovens que não querem ser professores e milhares de professores que estão exaustos de serem professores. Felizmente, esse tempo acabou", disse o deputado Emídio Guerreiro (PSD).

O debate parlamentar fixado pelo PSD sobre o estado da escola pública foi inicialmente marcado pelo acordo alcançado na terça-feira para a recuperação de tempo de serviço, mas depois de o partido no Governo ter afirmado que "quer devolver a qualidade e excelência à escola pública", a oposição quis saber como.

"Qual é a mentira que se pretende passar quando a verdade é que muitos alunos vão chegar ao final do ano letivo sem uma única aula a, pelo menos, uma disciplina? Quem assumirá a responsabilidade de tão desastrosa gestão de recursos humanos? Os responsáveis estão todos aqui e destruíram a escola pública", acusou a deputada do Chega Maria José Aguiar.

Pelos liberais, a principal pergunta colocada por Patrícia Gilvaz foi "qual é o futuro da escola pública" e a deputada apelou aos sociais-democratas que "não façam como o PS e andem de problema conjetural em problema conjetural, esquecendo-se de reformas estruturais".

Parceiro do PSD no executivo, o CDS-PP, pela voz de Paulo Núncio, acusou os socialistas de "enorme hipocrisia" por fingirem que não governaram ao longo dos últimos oito anos e defenderem "precisamente o contrário do que fizeram durante a governação".

À esquerda, o anterior partido do governo passou grande parte do debate a defender que o caminho que o PSD diz estar agora a percorrer foi trilhado pelos socialistas, contrariando os argumentos de que nada foi feito nos últimos oito anos.

"Os senhores estão a cavalgar uma estrada que foi aberta pelo PS", disse a deputada Rosário Gambôa a propósito da recuperação do tempo de serviço, argumento que foi também levantado por Isabel Ferreira quando à gratuitidade das creches ou a valorização do ensino profissional.

Da parte do BE, Joana Mortágua começou por acusar o PSD de ter um passado que não vale a pena esconder de desvalorização da classe docente, recordando quando o ex-ministro da Educação Nuno Crato disse que havia professores a mais.  

Por isso, disse ser "legítimo perguntar ao PSD para onde vai orientar as negociações quando chegar a altura" de discutir com as organizações sindicais do setor questões como a carreira docente, o regime de contratação e mecanismos de compensação para professores deslocados.

Também Paulo Muacho, do Livre, recordou as palavras do antigo ministro social-democrata, considerando que o resultado foi a atual falta de professores, que exige respostas, mas não só. "Há muito a fazer na escola pública e precisamos que o parlamento esteja disposto a fazê-lo", concluiu.

Paula Santos, do PCP, começou por acusar o PSD de ser "um dos partidos que mais contribuiu para o desinvestimento e o subfinanciamento da escola pública", manifestando-se preocupada por não encontrar no programa do Governo uma visão coesa sobre o que pretende para o setor.

O executivo esteve, no entanto, ausente do debate e, por isso, as perguntas ficaram sem resposta e resta aos partidos esperar pelo plano de emergência para a falta de professores que, na quarta-feira, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, disse que seria anunciado "em breve".

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