Esta advertência foi transmitida por Catarina Martins no final de uma visita à Escola Básica do Castelo, na Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa -- um estabelecimento de ensino com 118 crianças, de 37 nacionalidades diferentes, representando as crianças estrangeiras cerca de 30% do total de alunos.
"A cultura de integração tem estado sob ataque. Do ponto de vista europeu, preocupa-me que não seja só a extrema-direita a ter um discurso e uma prática contra a integração. Vemos várias famílias políticas, desde socialistas, até aos liberais e populares, dizerem que os Direitos Humanos são muito importantes, mas, depois, estarem aliados por toda a Europa com governos contra a integração", afirmou.
Catarina Martins apontou como exemplo o caso da Holanda, "em que os liberais, da família da Iniciativa Liberal de Portugal, acabam de integrar um Governo liderado pela extrema-direita, que promete políticas mais agressivas contra a imigração".
Perante os jornalistas, a ex-coordenadora do Bloco de Esquerda elogiou o trabalho que está a ser feito na Escola Secundária do Castelo, salientando a vertente da interação. Defendeu que Portugal "deve orgulhar-se com estes exemplos".
"A cultura de integração é o melhor que temos", frisou Catarina Martins.
Antes, pela parte dos responsáveis da Escola Básica do Castelo, defendeu-se que naquele estabelecimento de ensino público "faz-se o que se impõe em nome da igualdade de oportunidades".
Como principais desafios, porém, o corpo docente colocou a formação de mais professores - e também não professores - na área da interculturalidade, porque se trata se uma realidade nova.
Além da questão relativa à formação, entre os responsáveis da escola considera-se igualmente essencial a concessão de mais apoios para as famílias dos alunos imigrantes em termos de regularização de processos de permanência em Portugal. A morosidade em termos de conclusão de processos de regularização, segundo o corpo docente, dificulta o objetivo da igualdade de oportunidades.
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