Mais de metade dos portugueses desconhece data das eleições europeias

Mais de metade dos portugueses desconhece a data das eleições europeias de 09 de junho, mais do dobro da média europeia, dá conta o Eurobarómetro, que também indica que 51% estão interessados no sufrágio.

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Lusa
17/04/2024 08:17 ‧ 17/04/2024 por Lusa

Política

Eurobarómetro

De acordo com o último Eurobarómetro antes das eleições europeias, que se realização nos 27 países da União Europeia (UE) entre 06 e 09 de junho, 57% dos portugueses desconhecia a data das eleições no país.

O inquérito, feito entre fevereiro e março deste ano e divulgado sete semanas antes das eleições, revela que só 09% dos inquiridos tinham "total conhecimento" da data das eleições, e 24% sabiam o ano, mas não tinham a certeza do mês.

A percentagem em Portugal está acima da média da UE: 23% desconheciam a data das eleições europeias, 38% sabiam qual era o ano, mas não o mês, e só 14% sabiam exatamente a data.

Em Portugal, a população entre os 15 e 24 anos é a que menor conhecimento tem da data das eleições (82%). Os portugueses entre 40 e os 54 anos são os que melhor sabem a data do sufrágio, mas são apenas 14%. Ainda assim, 52% dos inquiridos desta faixa etária desconhecia a data das eleições.

No entanto, em comparação com o Eurobarómetro homólogo de 2019, há mais portugueses interessados nas eleições europeias (51%, mais 13% do que em 2019). Neste parâmetro, a população entre os 15 e os 24 anos é que menor interesse tem nas eleições (62%).

Portugal é também o país da União Europeia que tem uma imagem mais positiva do Parlamento Europeu (66%), em contraste com a média europeia que é de apenas 41%. Os franceses são o país com uma imagem menos positiva da instituição (27%).

O país também lidera na perceção positiva de pertencer ao bloco comunitário (69%), bem acima da média europeia que é de 47%. Só 33% dos cidadãos checos têm uma imagem positiva da UE, a percentagem mais baixa.

Sobre a probabilidade de votarem se as eleições fossem uma semana depois de responderem ao questionário, 57% dos portugueses inquiridos disseram que é "provável" (um aumento de 10% em comparação com o inquérito feito há cinco anos), enquanto 22% disse que era "improvável", 16% expressou uma opinião neutra e 5% disse que não sabia.

Ainda assim, Portugal está bem abaixo da média da UE, já que 71% dos inquiridos no bloco comunitário consideram provável votar nas eleições, se fossem uma semana após responderem ao questionário.

A vontade de votar é maior na população portuguesa com mais de 55 anos (64%) e menor entre os 15 e 24 anos (27%).

Na escala político-ideológica, 68% dos cidadãos nacionais inquiridos que consideram estar alinhados ao centro admitiram que era "provável" votarem, 59% dos eleitores de esquerda disse que também o faria e 57% dos portugueses que votam à direita disseram que provavelmente votariam.

Entre os tópicos que mais interessam os portugueses e que querem ver discutidos durante a campanha eleitoral, 55% dos inquiridos priorizam o apoio à economia e a criação de empregos em comparação com a média de 31% ao nível da UE.

A luta contra a pobreza e exclusão social (52%) e a saúde pública (48%) também têm mais expressão em Portugal do que no conjunto do bloco comunitário, com 33% e 32%, respetivamente.

Só 17% dos inquiridos estão interessados no que se faz ao nível da UE quanto às alterações climáticas e 25% quanto à defesa e segurança dos 27, dois assuntos cada vez mais discutidos em Bruxelas.

Migrações e asilo, e direitos do consumidor (8%) e a digitalização e igualdade de género (9%) são os assuntos que os portugueses inquiridos menos querem ver discutidos na campanha.

Questionados sobre os valores que o Parlamento Europeu deve defender nos próximos cinco anos, a tendência portugueses e europeia alinham-se e escolhem a paz como valor principal, com 56% e 47% respetivamente.

As entrevistas para a realização deste Eurobarómetro decorreram nos 27 Estados-membros da UE, entre 07 de fevereiro de 2024 e 03 de março de 2024, a 26.411 cidadãos europeus, dos quais 1.032 eram portugueses.

O inquérito foi feito a cidadãos com mais de 15 anos (há países como a Áustria ou a Bélgica que permitem que pessoas com pelo menos 16 anos votem nas europeias) e os dados são ponderados de acordo com a dimensão da população de cada país.

Leia Também: Joana Amaral Dias vai ser cabeça de lista pelo ADN às eleições europeias

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