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Ajuste direto na JMJ? Chega quer que Tribunal de Contas faça auditoria

O presidente do Chega anunciou hoje que o partido vai propor no parlamento que o Tribunal de Contas faça uma auditoria aos contratos com recurso a ajuste direto relativos à Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Ajuste direto na JMJ? Chega quer que Tribunal de Contas faça auditoria
Notícias ao Minuto

18:57 - 31/07/23 por Francisca Matos

Política JMJLisboa2023

"Vamos propor no parlamento que o Tribunal de Contas, finda a JMJ, leve a cabo uma auditoria a todos estes contratos, à forma como foram feitos, à forma como foram assinados", anunciou André Ventura, falando aos jornalistas em frente à sede nacional do PS, em Lisboa.

O Chega, que já tinha anunciado no domingo que iria pedir o envio ao parlamento destes documentos, quer saber "se há ou não alguns beneficiários ilegítimos desta situação para que seja comunicado ao Ministério Público caso isso esteja a acontecer".

André Ventura indicou que "isto não é nada contra a JMJ, muito menos contra a vinda do Papa Francisco" e defendeu que "é uma questão de transparência", considerando que "há valores que parecem muito estranhos" e "dificilmente explicáveis".

O presidente do Chega considerou que o "Estado português é o responsável, o PS é o responsável" e acusou também o primeiro-ministro e o Governo de "enorme negligencia, uma negligência grosseira" quanto à organização da jornada.

Como "ação simbólica" de protesto, um grupo de dirigentes e deputados do Chega, encabeçado por André Ventura, colocou hoje em frente à sede do PS, em Lisboa, um tapete plastificado que afirmou ser "uma réplica" da instalação "passadeira da vergonha", do artista Bordalo II.

"Se há em Portugal algum sítio onde faz sentido que esta passadeira esteja é à frente da sede do PS porque não foi o Papa que mandou fazer ajustes diretos do valor que conhecemos, não foi o Papa que mandou fazer o altar daquela dimensão, que permitiu as falhas de segurança que estamos a ter", defendeu.

Esta lona foi colocada perante os jornalistas e esteve no chão do Largo do Rato durante cerca de meia hora.

Quando André Ventura terminou de prestar declarações aos jornalistas, foram tiradas várias fotografias e filmados vídeos da iniciativa, incluindo com os deputados e o líder do partido a desfilarem por cima do tapete.

Minutos depois, a lona foi retirada por elementos do Chega, com os dirigentes a justificarem que poderia causar problemas na via pública devido ao vento que se fazia sentir e que levantava o material.

Na convocatória aos jornalistas, o partido indicou que o tapete seria oferecido ao Partido Socialista, mas tal não aconteceu, tendo sido estendido à porta, na via pública.

O líder do Chega disse aos jornalistas que o partido não contactou o artista Bordalo II nem pediu autorização para fazer "uma réplica" da sua peça, e recusou que esteja em causa plágio.

"Entendemos que, tendo sido a obra mediatizada, face ao regime jurídico que temos e sendo uma ação política simbólica, que isso não é necessário", defendeu André Ventura, alegando: "Eu penso que se pusesse aqui a Torre Eiffel não teria de pedir aos franceses se podia".

Na quinta-feira, este artista português estendeu no palco-altar localizado no Parque Tejo uma instalação com vários metros composta por reproduções de notas de 500 euros, numa crítica aos "milhões do dinheiro público" investidos para receber o Papa na Jornada Mundial da Juventude.

Questionado também sobre as conclusões da reunião de domingo do Conselho Nacional, que não tinham sido divulgadas pelo partido, o presidente do Chega indicou que foi aprovado o regulamento eleitoral interno por "ampla maioria" e que "as propostas de alteração foram consensualizadas".

Com a aprovação destas regras, o Chega "está pronto" para fazer "a partir de setembro" as eleições para as estruturas distritais, que foram "interrompidas durante um ano para organizar o modelo das concelhias".

André Ventura indicou também que o órgão máximo do partido entre convenções "decidiu também validar" a decisão de recorrer da decisão do TC que considerou inválida a convocatória da última convenção do partido, que decorreu em janeiro, apontando que esse recurso já foi entregue e que o Chega vai esperar uma decisão definitiva "para decidir o que fazer depois".

Leia Também: Ministra garante "total transparência" em ajustes diretos para a JMJ

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