"Não são estas eleições que vão tirar as dúvidas que persistem por cima do primeiro-ministro, nomeadamente naquilo que diz respeito ao facto de não ter separado a sua vida privada daquilo que é o cargo de primeiro-ministro", afirmou Inês de Sousa Real, considerando fundamental "que um primeiro-ministro esteja acima e isento de qualquer suspeição e de qualquer conflito de interesses que possa persistir".
Numa ação de campanha no Mercado Municipal de Faro, questionada pelos jornalistas sobre o facto de Luís Montenegro ainda não ter alterado a morada fiscal e objeto social da Spinumviva, a porta-voz do PAN disse que Luís Montenegro "já deveria ter acautelado essa separação e deixar de ter a sede [da empresa familiar] na sua casa".
Inês Sousa Real defendeu que para manter "a equidistância que tem de existir na vida pública", como no caso que envolve Luís Montenegro, é importante que na próxima legislatura a gestão das empresas de titulares de cargos públicos e de cargos políticos possa ser suspensa a pedido dos mesmos, alterando-se o Código das Sociedades Comerciais.
Para a dirigente partidária, esta alteração é fundamental para que haja "mais transparência e uma governação mais isenta", considerando, ainda, que ficou "clara" a irresponsabilidade do primeiro-ministro em ter conduzido o país a eleições legislativas antecipadas.
"Acima de tudo, fica clara a irresponsabilidade de Luís Montenegro quando arrastou o país para estas eleições e pôs em causa, acima de tudo, os seus interesses pessoais em cima dos interesses do país", declarou, sublinhando que os portugueses "não queriam" estas eleições.
Durante a ação no Mercado Municipal de Faro, a comitiva do PAN distribui panfletos pelos comerciantes e cidadãos que por ali circulavam, e, no final da visita, a cabeça de lista do partido pelo círculo de Lisboa ainda conversou com Cristóvão Norte, número dois da lista da Aliança Democrática pelo círculo de Faro.
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