"Não excluo nenhum português. Todos são iguais em direitos e deveres"

António José Seguro defendeu que o Estado tem de assegurar uma "resposta eficaz" às pessoas afetadas pelos incêndios que assolaram o país nas últimas semanas, para que estas não se sintam abandonadas. Sobre o seu papel como eventual Presidente da República, promete não excluir "nenhum português".

António José Seguro

© Facebook / António José Seguro

Natacha Nunes Costa
20/08/2025 08:42 ‧ há 3 horas por Natacha Nunes Costa

Política

António José Seguro

O candidato a Presidente da República António José Seguro defendeu, no podcast Soberania, do Diário de Notícias (DN), que deve "haver um acordo entre gerações para prevenir os incêndios. Porque o objetivo não é apenas melhorar o combate, mas sobretudo reforçar a prevenção, para evitar que eles aconteçam".

 

Para o socialista, primeiro, há várias medidas a serem tomadas para evitar "tragédias" como a atual, nos próximos meses de setembro e outubro, como por exemplo, colocar "pulseiras eletrónicas" nos incendiários já referenciados pelas autoridades.

Depois, realça Seguro, o Governo tem de assegurar uma "resposta às pessoas que ficaram sem bens, sem casas" e "não pode ser um levantamento que passe por todas as burocracias a que estamos habituados. Tem de ser uma resposta eficaz, para que as pessoas possam recuperar as suas vidas" e sentirem "que o Estado não as abandona".

"Estas tragédias acontecem em zonas rurais, no interior do país, onde as pessoas já se sentem esquecidas e abandonadas. Palavras só não chegam, são precisos atos concretos. E é agora - não é daqui a três, quatro, cinco ou seis meses, ou daqui a um ano. Basta ver o que aconteceu em Pedrógão Grande ou na Serra da Estrela, onde houve incêndios recentes com grande grau de destruição: percebe-se bem a diferença entre as palavras e depois os atos, ou seja, a concretização da ajuda", recordou.

Já em jeito de "preparação para o próximo ano", na opinião do antigo secretário-geral do PS, devem ser lançado já concursos, "designadamente para os meios aéreos, para combater os próximos incêndios", assim como investir no ordenamento florestal.

"E aqui temos de olhar para duas dimensões. Primeiro, o tipo de árvores. Há árvores de combustão rápida e outras de combustão lenta. Precisamos de apostar nas segundas, que travam a progressão do fogo. Segundo, a limpeza dos terrenos. Eu sou do interior, conheço bem situações em que as pessoas não têm condições económicas para limpar. Noutras, nem sequer se sabe de quem é a propriedade [...]. Portanto, deveria haver - não sei se esta é a solução, mas é uma das hipóteses - bancos de terra que seriam geridos pelos municípios ou pelas freguesias, onde esses proprietários pudessem entregar os terrenos sem custos, e que permitissem uma gestão mais organizada, até um emparcelamento, criando também um incentivo económico para a gestão desses espaços", salientou.

"O Estado está a abrir muitas fendas, a perder em certo sentido autoridade"

Durante o podcast, António José Seguro falou também do 'chumbo' da nova lei dos imigrantes pelo Tribunal Constitucional. Na sua opinião, "o problema não está no Tribunal Constitucional. O problema está na rapidez com que se elaborou essa lei, no pouco cuidado que houve no desenvolvimento e na auscultação de vários agentes que deviam ter sido ouvidos".

Como putativo Presidente da República, Seguro argumenta que em situações como estas  alertaria a Assembleia da República (AR) "para as consequências que daí podem advir e, sobretudo perceber que vivemos numa situação em que o Estado está a abrir muitas fendas, a recuar em muitos setores, a perder em certo sentido autoridade".

"O Presidente da República deve fugir do dia a dia e concentrar-se em promover os compromissos e os acordos necessários que reforcem as raízes das nossas instituições democráticas. É isso que garante a relação de confiança entre os cidadãos e a democracia", fundamentou.

Questionado sobre se conseguirá chegar a toda a gente - se for eleito Presidente da República - apesar de vir da esquerda democrática, António José Seguro afiançou que o seu "papel é levar a esperança onde há medo".

"Há hoje muito medo na sociedade portuguesa, muita insegurança. Apresento-me como candidato e como uma candidatura aberta a todos os democratas, a todos os progressistas e a todos os humanistas. Não excluo nenhum português. Para mim, todos os portugueses são iguais em direitos e deveres. Agora, se me pergunta quais são os meus valores: a liberdade. É por isso que eu preservo tanto a segurança, porque sem segurança não há liberdade. É por isso que eu prezo muito o Estado de Direito", concluiu.

Leia Também: Incêndios? "Prevenção vai demorar dez anos para começar a resultar"

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