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Em dia de contestação, partidos unem-se contra pacote da habitação

Vários partidos da oposição criticaram as medidas propostas pelo Governo, num dia marcado por muitas manifestações que não terminaram da melhor forma.

Em dia de contestação, partidos unem-se contra pacote da habitação
Notícias ao Minuto

00:02 - 02/04/23 por Notícias ao Minuto

Política Habitação

Por todo o país, foram dezenas de milhares as pessoas que se juntaram em protesto pela habitação, por rendas mais acessíveis, por créditos mais baratos e por um maior aproveitamento de casas devolutas. Mesmo depois da apresentação do pacote 'Mais Habitação' por parte do Governo, o sábado ficou marcado pela contestação popular e a oposição não faltou à 'festa'.

Em Lisboa, estiveram presentes na manifestação os três partidos à esquerda do Partido Socialista. Catarina Martins, (ainda) coordenadora do Bloco de Esquerda, atacou a política de benefícios fiscais no setor da habitação, considerando que "é preciso acabar com este universo de benefícios fiscais e outras benesses aos funcionários do investimento imobiliário de outros retalhos que ganham mais com casas vazias que com casa com gente lá dentro".

Através do Twitter, Pedro Filipe Soares elogiou "a maré que saiu às ruas do país para defender as pessoas da ganância do mercado, exigindo um direito básico: casas a preços justos".

O secretário-geral do Partido Comunista Português, Paulo Raimundo, reiterou que o pacote "não responde aos problemas reais das pessoas" e que a população "já não aguenta mais o aumento das prestações", daí a dimensão da contestação.

"O primeiro-ministro tem que olhar e perceber que as medidas que avançou não correspondem às necessidades das pessoas, que exigem respostas, e o Governo tem de dar respostas às pessoas e não aos fundos imobiliários das bancas", afirmou em Lisboa, sendo que o partido também esteve no Porto.

Também o Livre marcou presença em Lisboa e no Porto, nos locais onde ocorreram as maiores manifestações. 

A partir de Braga, onde também houve protestos, o líder da Iniciativa Liberal criticou o pacote do Governo por via da oferta no mercado da habitação, constatando que "há uma escassez de oferta, que decorre de licenciamentos muito demorados, da burocracia e da limitação muitas vezes excessiva da construção; e temos um problema de baixos rendimentos".

"Independentemente do custo da habitação, temos uma população que não tem rendimentos para adquirir habitação", vincou Rui Rocha.

Inês de Sousa Real, líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), salientou na manifestação que "a habitação tem de ser pensada nas suas múltiplas dimensões e ao invés de 'brilharetes orçamentais' que arrecadaram mais de 3,5 mil de milhões de euros para os cofres do Estado".

"O pacote da habitação que foi apresentado é uma mão cheia de intenções, mas que não pode tarde a chegar a quem mais precisa", afirmou aos jornalistas.

Finalmente, o Chega não foi à manifestação mas também fez comentários sobre o pacote 'Mais Habitação'. Numa tour no centro histórico de Lisboa, André Ventura falou de uma "gestão deficiente do património", em particular dos prédios devolutos, e argumentou que "a quantidade de edifícios que, se não fosse o alojamento local, estavam completamente abandonados, é gritante".

As manifestações em todas as cidades foram pacíficas, mas o protesto em Lisboa não acabou da melhor forma.

No Martim Moniz, em Lisboa, na conclusão da marcha pela habitação, as autoridades policiais entraram em confronto com os manifestantes, com a detenção de duas jovens a motivar a dispersão violenta pela polícia e as reações exaltadas pelas pessoas presentes.

O Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa (COMETLIS) defendeu a abordagem dos agentes, que usaram bastões e gás pimenta para afastar os manifestantes, apontando que os polícias "foram cercados e atacados, através de agressões físicas".

A PSP responsabilizou as duas jovens detidas por provocarem "danos em diversos estabelecimentos comerciais, pintando as respetivas paredes e montras", mas várias pessoas e ativistas denunciaram a órgãos de comunicação no local que as autoridades reagiram de forma violenta.

Leia Também: Protesto em Lisboa termina com violência entre polícia e manifestantes

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