Habitação. Pacote "não responde aos problemas reais das pessoas"
O secretário-geral do Partido Comunista criticou o pacote proposto pelo Governo, mostrando-se solidário com os milhares que se manifestam este sábado pela habitação acessível.

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Política Habitação
A marcar presença na manifestação pela habitação desta tarde, o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, considerou que o pacote de medidas proposto pelo Governo "não responde aos problemas reais das pessoas".
A falar aos jornalistas em Lisboa, numa das várias cidades onde há protestos marcados pelo acesso a uma habitação mais acessível, o líder do PCP afirmou que o pacote 'Mais Habitação' "projeta muitas questões para o futuro, mas passa ao lado dos responsáveis pelos problemas da habitação, que são os fundos imobiliários e a banca".
"Não há nenhuma medida que passe pelos lucros da banca, que passe por esses benefícios fiscais que a banca tem, e não responde aos problemas das pessoas. Não responde ao problema do crédito à habitação que, como sabemos, aumentou de forma brutal. As pessoas já não aguentam mais o aumento de prestações. Passa ao lado das rendas e passa ao lado, no imediato, do acesso à habitação", explicou Paulo Raimundo.
O secretário-geral comunista recordou que o seu partido propôs a criação de um regime extraordinário de proteção da habitação própria, incluindo uma medida que propunha que a Caixa Geral de Depósitos reduzisse o lucro nos empréstimos bancários, de modo a dar o exemplo para os bancos privados - medida que acabou por ser chumbada.
Paulo Raimundo disse que "o facto de ser chumbada não perde a validade e a necessidade", considerando que a manifestação "dá força à proposta".
Questionado sobre que mensagem deixaria ao primeiro-ministro num dia como este, o líder comunista sublinhou que António Costa "tem que olhar e perceber que as medidas que avançou não correspondem às necessidades das pessoas, que exigem respostas, e o Governo tem de dar respostas às pessoas e não aos fundos imobiliários das bancas".
Relativamente ao alojamento local e às medidas que restringem a atividade desse setor, Paulo Raimundo salientou que as questões do arrendamento coercivo e da dimensão do alojamento local não são de "menosprezar", mas "o problema central do pacote não é esse".
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