Pacote de medidas do Governo "perpetua o empobrecimento dos portugueses"
Na ótica de Joaquim Miranda Sarmento, o programa anunciado esta sexta-feira pelo Executivo "ignora completamente a classe média", além de ser "parco nas medidas" de apoio.
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Política PSD
"O programa já vem tarde, não olha para aquilo que a classe média precisa, e é parco nas medidas". Foi desta forma que o líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Joaquim Miranda Sarmento, reagiu às medidas de apoio às famílias, anunciadas esta sexta-feira pelo Executivo, salientando que "perpetuam o empobrecimento dos portugueses".
Em declarações aos jornalistas, o deputado ressalvou que "qualquer apoio às famílias mais vulneráveis é positivo", mas "é um apoio que vem tarde".
"O PSD tem insistido que o Governo já devia ter apoiado mais as famílias", disse.
Na ótica do responsável, o pacote de medidas hoje anunciado numa conferência de imprensa conjunta dos ministros da Presidência, Mariana Vieira da Silva, das Finanças, Fernando Medina, e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, em Lisboa, revela uma "certa hipocrisia relativamente à questão dos bens alimentares", apontando que, depois da apresentação do programa de emergência do PSD, em setembro, o Governo "reconhece, agora, passados seis meses, que há um problema no preço do cabaz alimentar, mas também não anuncia nada".
"Não sabemos o que é o acordo com a distribuição e produção, e não sabemos que bens vão ter IVA zero", clarificou.
Miranda Sarmento revelou, por isso, ter "dúvidas sobre a eficácia da medida", recordando que, "em Espanha, acabou por não levar à redução dos preços". Nessa linha, o deputado apontou que os sociais-democratas propunham, em alternativa, apoio financeiro direto às famílias mais vulneráveis e redução no IRS para a classe média, e sublinhou que o aumento de 1% para os funcionários públicos é insuficiente, uma vez que está "muito aquém da perda de poder de compra".
Já no que diz respeito à redução do défice orçamental, que ficou nos 0,4% no final de 2022, abaixo do valor de 2,9% registado em 2021, o social-democrata considerou que "o caminho para este resultado do défice é totalmente errado", uma vez que foi alcançado através do aumento da receita fiscal e "com uma subexecução do investimento público".
"Num momento muito difícil para as famílias e para as empresas, o Governo consegue um resultado orçamental com um caminho totalmente errado, de empobrecimento do país", resumiu.
Recorde-se que o Governo reduzirá o IVA dos bens alimentares essenciais, colocando a taxa em zero no cabaz alimentar. Foi igualmente anunciado que os funcionários públicos terão um novo aumento salarial de 1% este ano, assim como uma subida no subsídio de alimentação.
[Notícia atualizada às 13h56]
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