"Estranhamos, e registamos, que apesar de este instrumento de comunicação ser comum a outras forças políticas, apenas os cavaletes do Partido Socialista foram alvo de práticas criminosas e indignas de uma cidade que sempre foi plural e democrática", refere em comunicado o Secretariado da Comissão Política Concelhia de Setúbal do PS.

Na mesma nota, o PS lembra que é "um dos partidos fundadores da democracia" portuguesa, pelo que não aceita que "criminosos de delito comum, inspirados em modelos salazarentos ou norte coreanos, ponham em causa os valores democráticos pelos quais centenas de mulheres e homens deram a sua vida".

O PS de Setúbal garante ainda que "os cavaletes vandalizados serão repostos as vezes que forem necessárias" e promete continuar a lutar pela "revisão do contrato de concessão do estacionamento tarifado e a afirmá-lo por todas as formas que considere adequadas".

A agência Lusa questionou a PSP sobre a queixa-crime e eventuais suspeitos dos atos de vandalismo denunciados pelo PS de Setúbal, mas ainda não obteve resposta.

A Câmara de Setúbal concessionou o estacionamento tarifado, que abrange os 1.487 lugares que a empresa já explorava há alguns anos, e mais 6.813 novos lugares, à empresa DataRede, por um período de 40 anos.

O novo contrato de concessão do estacionamento tarifado, aprovado pelo anterior executivo camarário de maioria CDU, liderado pela ex-presidente do município Maria das Dores Meira, tem merecido grande contestação dos dois partidos da oposição na Câmara de Setúbal.

PS e PSD acusam a CDU de ter aprovado, no anterior mandato autárquico, um alargamento excessivo do estacionamento tarifado, inclusive a diversas zonas residenciais onde consideram que tal não se justificava.

Nas eleições autárquicas de 2021, a CDU perdeu a maioria absoluta, mas continua a governar o município com maioria relativa, agora sob a liderança de André Martins, do Partido Ecologista `Os Verdes´.

Na semana passada, o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Setúbal, Nuno Carvalho, afirmou que os social-democratas suspeitavam de eventuais irregularidades no concurso público para o estacionamento tarifado na cidade e admitiu pedir a avaliação do processo pelo Ministério Público ou pelo Tribunal de Contas.

"Caso não tenham sido cumpridos todos os procedimentos legais e formais, é óbvio que o PSD vai pedir nos locais certos - pode ser no Tribunal de Contas ou no Ministério Público - que este processo seja devidamente avaliado", disse à agência Lusa o dirigente local e deputado do PSD eleito por Setúbal, alertando para eventuais incumprimentos de alguns requisitos legais do concurso público, que foi presidido pela então presidente do município, Maria das Dores Meira.

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