IL. José Cardoso critica o "arroz" em que se tornou a política no partido

O mais recente candidato à liderança da Iniciativa Liberal diz querer ser uma alternativa ao "arroz” que os outros partidos “venderam durante 30 anos” e apontou o dedo aos adversários.

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© Paulo Spranger /Global Imagens

José Miguel Pires com Lusa
21/01/2023 17:31 ‧ 21/01/2023 por José Miguel Pires com Lusa

Política

Iniciativa Liberal

"Tudo isto me faz lembrar o tal arroz que me venderam os outros [partidos] durante 30 anos, que me querem vender agora. Eu não quero. Faz-me lembrar tudo aquilo que rejeitei. Rejeitei ideias de que tem de ser desta forma, que faz parecer mais um arroz queimado que alastra ao resto e estraga o cozinhado."

Arroz, arroz e mais arroz, este foi o ponto central do discurso de José Cardoso, candidato mais recente à liderança da Iniciativa Liberal, que se discute neste fim de semana na VII Convenção do partido, e à qual concorrem também os liberais Rui Rocha e Carla Castro.

Dois candidatos que, "como resolveram acabar a campanha com sangue entre eles", acabaram por "fazer lembrar um arroz de cabidela", ou então "arroz malandrinho", que "copia as ideias dos outros", ironizou Cardoso, que fez do seu relativo desconhecimento dentro e fora do partido o ponto de arranque do seu discurso: “Para quem não me conhece, sou o José Cardoso”, disse o liberal ao subir ao púlpito.

Na apresentação da sua moção de estratégia global perante a VII Convenção, o conselheiro nacional José Cardoso defendeu que a IL tem de fazer "a transição" de uma liderança "que seca tudo à sua volta" para outra que distribua "para ser ainda maior".

"Quando em 48 horas perdemos um presidente e ganhámos dois candidatos, criou-se a ideia de que tínhamos de votar num mal menor", afirmou, referindo-se ao anúncio surpresa de João Cotrim Figueiredo em novembro de que não se recandidataria às eleições antecipadas a meio do seu mandato.

Para este liberal, algo de errado se passa no partido. “Deviam estar aqui 11 e 12 candidaturas, é algo que acontece no Norte da Europa, algo que devíamos trazer para aqui”, sublinhou, acusando haver dois tipos de lideranças: as que "secam todos à volta" e as que "promovem todos".

Falando sobre os outros candidatos à liderança da IL, Cardoso acusou-os de ter feito poucas ou nenhumas propostas de valor para o partido durante a sua história. “Não me peçam para votar em políticos assim porque nunca o farei.”

Daí que Cardoso defenda um projeto "alternativo" para a liderança do partido, que acusa de querer imitar o PS ou o PSD.  “Até os comunistas gostam de ter liberdade. O problema é quando temos de lutar pela liberdade dos outros. Isso é que é ser liberal”, disse, recebendo fortes aplausos.

O candidato reclama que, desde que entrou no Conselho Nacional, lutou "como ninguém" pela liberdade dos membros e pelo financiamento dos núcleos, bem como pela transparência de salários e donativos no partido.

"O país não vai mudar por a gente gritar alto nestes microfones, o problema é quando temos de lutar pela liberdade dos outros, é isso é que é ser liberal", disse.

José Cardoso defendeu que "acabou o tempo de 'start up' política" da IL e que o partido precisa de apresentar "um projeto político sólido, que englobe todos", reiterando a defesa de um presidente "a tempo inteiro", que não esteja no parlamento.

"O indivíduo deve ser o centro da ação política, não podemos ocupar 70 ou 80% do tempo a criticar o PS. No fim do dia, as pessoas não votam em liberalismo ou em socialismo mas em quem resolve os problemas", considerou.

O candidato defendeu ainda que 100% das quotas do partido seja entregue aos núcleos territoriais, que seja criado um núcleo europeu e que os candidatos autárquicos sejam propostos pelos núcleos em vez da comissão executiva.

"É preciso construir um novo programa político. O voto é secreto e o futuro é liberal", apelou.

[Notícia atualizada às 18h37]

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