Luís Montenegro falava num comício da AD em Braga, que foi mudado do interior do Teatro Circo com a justificação de não existirem lugares suficientes para os apoiantes e para "não deixar ninguém de fora", segundo o secretário-geral do PSD, Hugo Soares.
O líder da AD -- Coligação PSD/CDS-PP salientou que já tinha deixado esta garantia no passado, mas quis repeti-la hoje, a quatro dias das eleições, numa mensagem que não tem estado presente nos seus discursos de campanha.
"Nós não estamos aqui para o jogo da trica política. Não estamos. Nós estamos aqui mesmo para governar. Nós achamos que só faz sentido governar se tivermos a legitimação da vontade do povo", disse.
Por isso, reafirmou que a AD só formará Governo se vencer as eleições do próximo domingo.
"Se tivermos na raiz da nossa legitimidade a vossa vontade, a vontade das pessoas. E com a humildade e a autoridade de quem disse isso lá atrás, hoje é o dia para dizer", considerou.
Montenegro voltou também a defender que "o único voto verdadeiramente útil para quem quer estabilidade política é na AD", mas acrescentou que a opção na alternativa a esta coligação "é de quem não acredita em Portugal".
"Porque o voto na alternativa à AD é o voto da instabilidade política. É o voto de quem não acredita em Portugal. É o voto de quem, quando está no Governo, não resolve, adia, não se preocupa em criar mais riqueza, preocupa-se apenas em distribuir a riqueza que nós somos capazes de criar", acusou.
No final das intervenções, Luís Montenegro não respondeu a perguntas da comunicação social, tendo saído do teatro transportado em ombros pelos seus apoiantes até entrar no carro, terminando assim o antepenúltimo dia de campanha.
Na varanda do Teatro Circo, além do líder do PSD, estavam o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, o cabeça de lista da AD pelo Porto, Paulo Rangel, e o candidato do PSD à Câmara de Braga, João Rodrigues, entre outros.
Montenegro começou a sua intervenção, mais breve do que o habitual, por saudar Miguel Macedo, antigo dirigente do PSD, natural de Braga, que morreu há dois meses.
"Está lá em cima agora contente, feliz por nos ver também felizes e alegres neste momento", afirmou.
O líder do PSD destacou também "a boa opção" de fazer o comício de final de dia na rua.
"O ar condicionado aqui é mais eficiente e é muito mais barato e as duas coisas coadunam-se com aquilo que nós estamos a fazer também no Governo: estamos a ser mais eficientes e estamos a gerir melhor os recursos públicos que temos à nossa disposição", gracejou.
Montenegro voltou a defender que só existem "dois candidatos a primeiro-ministro", sem nunca referir o nome do líder do PS, mas associando as duas opções "a duas linhas de Governo".
"Aquela que tivemos durante oito anos, desde 2015 até 2024, e aquela que tivemos desde 2024 até 2025. É olhar para as duas, é olhar para aquilo que cada um fez e é olhar para aquilo que cada um propõe fazer nos próximos anos", pediu.
O presidente do PSD reafirmou que a campanha da AD tem sido feita pela positiva, assegurando que "não está preocupado com o que os outros dizem".
"Nós, por nós, nem comentávamos nada daquilo que eles dizem, como sempre querem que façamos. Nós queremos dizer aquilo que temos para dar", referiu.
O também primeiro-ministro recordou a campanha de há um ano, também para legislativas antecipadas.
"Há um ano diziam: 'bom, o Montenegro é bom porque fala muito bem no parlamento'. Os meus adversários até concederam, perderam a cabeça, que eu tinha uma boa prestação enquanto parlamentar, mas para fazer e para realizar não era aquela que era a minha vocação. Já viram que agora não há ninguém que diga isso", salientou.
Tal como nos outros comícios da AD, também neste, ao ar livre, foi tocado o hino nacional, cantado pelos apoiantes na Avenida da Liberdade.
[Notícia atualizada às 20h45]
Leia Também: AO MINUTO: Gouveia e Melo? "Alguém estranhou?"; Ventura regressa amanhã