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"Começa a criar-se ideia de que ser autarca não é curriculum. É cadastro"

Para o antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), durante muitos anos houve "total impunidade" no que toca a este tema, mas também "facilitismo na hora de escolher os autarcas". 

"Começa a criar-se ideia de que ser autarca não é curriculum. É cadastro"
Notícias ao Minuto

22:51 - 15/01/23 por Marta Amorim

Política Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes comentou, este domingo, o caso das suspeitas de corrupção sobre autarcas, dizendo que "esta situação começa a ser séria demais" e que durante muitos anos houve "total impunidade".

"Aos olhos de muita gente, o sistema político está podre, doente. Começa a criar-se a ideia de que ser autarca não é curriculum. É cadastro", referiu.

Para o antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), durante muitos anos houve "total impunidade" no que toca a este tema, mas também "facilitismo na hora de escolher os autarcas". 

Os partidos querem ganhar mas não pode ser de qualquer maneira, é preciso ter regras, princípios. A política não pode ser a arte do vale tudo. Tem que haver algum cuidado na escolha dos candidatos 

Para Luís Marques Mendes, a burocracia gera corrupção - sobretudo em matéria de licenciamento urbanístico. "Criam-se dificuldades e vendem-se facilidades", disse. 

Mecanismo para escolha de governantes" é pouco"

O comentador defendeu ainda o mecanismo para escolha de governantes, que disse ser "melhor do que nada".

"Estava toda a gente à espera de uma grande reforma, mas é pouco. Já vi, quase toda a gente, da direita à esquerda, a criticar, mas desajudar não desajuda", referiu, acrescentando que isto foi, sobretudo, "uma grande encenação". 

"Sejamos sérios mas nem parvos nem ingénuos. O primeiro-ministro tinha em mãos um pesadelo e agora partilha responsabilidades com o Presidente da República", aferiu.

Para Marques Mendes, esta medida tem ainda um "efeito perverso", uma vez que o mecanismo vai reforçar o peso das elites partidárias nos Governos, já que "muito boa gente da sociedade civil não se sujeita" a preencher este questionário.

Depois, "é uma solução insuficiente", uma vez que os três últimos casos polémicos do Governo dificilmente seriam "apanhados" com este novo mecanismo. No caso Miguel Alves, por exemplo, já se sabia que era arguido,  a indemnização de Alexandra Reis dificilmente seria detectável no questionário e as contas arrestadas de Carla Alves, igualmente. 

Já no que concerne o Inquérito à TAP, para o comentador, justifica acontecer para analisar "um conjunto de abusos inqualificáveis que têm existido nos últimos meses".

Marques Mendes elencou-os: A intenção de renovar a frota automóvel quando a companhia apertava o cinto e cortava salários; a concessão da indemnização milionária a Alexandra Reis, embora com cobertura do Governo; a comunicação falsa à CMVM por causa da saída de Alexandra Reis e a atribuição de um subsídio de 450 euros mensais a diretores por não ter havido renovação da frota.

Mas, para Marques Mendes, em qualquer caso, a ideia de fazer um inquérito parlamentar à TAP só vai agravar a situação, sendo que a Inspeção Geral de Finanças já está a fazer investigação. 

Outro efeito é que este inquérito só vai ajudar a fazer diminuir o valor da companhia para efeitos de privatização.

"Este conflito só se vai resolver com a saída do Ministro da Educação"

Por fim, o antigo líder do PSD referiu a luta dos professores como uma greve mais séria, que "não é normal". 

Marques Mendes mencionou o clima de "alta tensão", mal-estar generalizado, desconfiança e bloqueio como raramente sucedeu em Portugal.

Mencionou ainda o ministro da Educação, que deixou de ser parte da solução e passou a ser parte do problema como "incendiário". 

"Começou por ser um problema de educação e transformou-se num problema político de fundo. Este conflito só se vai resolver com a saída do Ministro da Educação. Ele fazer a mesma coisa que Marta Temido fez", finalizou. 

Leia Também: "Se esta degradação continua, vai ser difícil o Governo chegar a 2026"

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