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Nenhum cidadão me pergunta "se A ou B era ou não secretário de Estado"

O primeiro-ministro afirmou hoje que, na rua, ninguém o interpela sobre mudanças no seu Governo, designadamente se o secretário de Estado é A ou B, contrapondo que os portugueses estão antes preocupados com o aumento de preços.

Nenhum cidadão me pergunta "se A ou B era ou não secretário de Estado"
Notícias ao Minuto

16:29 - 05/01/23 por Lusa

Política AR/Censura

Esta posição foi defendida por António Costa na abertura do debate parlamentar da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal.

O líder do executivo dirigiu-se com ironia ao presidente cessante da Iniciativa Liberal, Cotrim Figueiredo, após este ter feito a intervenção inicial expondo as razões que levaram a sua força política a censurar o executivo socialista de maioria absoluta.

"Não posso deixar de ficar sensibilizado pelo facto de o líder demissionário da Iniciativa Liberal [Cotrim Figueiredo] estar preocupado com problemas no Governo, muito obrigado. Porém, a minha função como primeiro-ministro é não só resolver problemas que surjam no executivo, mas, sobretudo, preocupar-me com os problemas que afetam os portugueses. Esses são os problemas que efetivamente contam para a vida política", sustentou.

António Costa contou depois que, até hoje, nunca foi interpelado na rua por um cidadão a perguntar-lhe "se A ou B era ou não secretário de Estado, se C ou D tinha deixado de ser secretário de Estado".

"Aquilo que os cidadãos me falam, aquilo com que os cidadãos se preocupam, é saber como respondem ao aumento do custo de vida. E a esses cidadãos respondo com a ação do Governo. Os combustíveis sobem e nós adotamos medidas de redução do IVA ou de descida do ISP", declarou.

Ou seja, de acordo com o líder do executivo, "as pessoas estão preocupadas com o aumento do preço da luz e, por isso, em conjunto com a Espanha, o Governo negociou o mecanismo ibérico".

"Por isso, injetámos no conjunto do sistema regulatório cerca de 4,5 mil milhões de euros", completou.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro procurou também afastar a ideia de que a maioria absoluta do PS abusa do poder.

"Como dissemos na noite das eleições legislativas, uma maioria absoluta é uma responsabilidade absoluta, uma responsabilidade de governar bem e em diálogo com a sociedade. Em cerca de nove meses temos a apresentar um acordo de médio prazo em sede de concertação social, oferecendo aos empresários e trabalhadores previsibilidade, estabilidade e aumento de rendimentos; um acordo de médio prazo com os sindicatos da administração pública, garantindo a valorização das carreiras e salários até 2026; e uma negociação com as autarquias de descentralização em áreas como a educação, saúde e ação social", apontou.

Também segundo o líder do executivo, ao nível parlamentar, o Governo "tem mantido os canais abertos com todos aqueles do campo democrático que querem dialogar", dando como exemplos o acordo com o presidente do PSD, Luís Montenegro, sobre metodologia para a definição da localização do novo aeroporto regional de Lisboa.

"Posso relembrar que sói nas votações do Orçamento do Estado para 2023 foram aprovadas mais propostas da oposição do que nos oitos (incluindo suplementares) apresentados na última legislatura de direita", assinalou, numa alusão ao executivo PSD/CDS-PP.

"Até agora, foram aprovadas 21 propostas de lei, atos legislativos deste Governo. Dessas 21, só um terço teve os votos exclusivos do PS e dois terços tiveram o voto do PS com pelo menos outros deputados", acrescentou.

Leia Também: Direita? "Nem sequer se entendem em torno desta moção de censura"

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