Privatização dos CTT é "crime económico" com prejuízos para utentes

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou hoje que a privatização dos CTT é um "crime económico" e que "ganharam todos" menos os trabalhadores e os utentes do serviço postal.

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© REINALDO RODRIGUES

Lusa
15/12/2022 18:17 ‧ 15/12/2022 por Lusa

Política

PCP

No final de uma sessão pública sobre a renacionalização dos CTT, Paulo Raimundo advogou que oito anos depois da privatização "é obrigatório fazer um balanço de mais um crime económico que foi e é a privatização dos CTT e a liberalização dos correios".

Com esta decisão ganharam o Grupo Champalimaud, os acionistas dos CTT e a União Europeia, que "promove a destruição de todos os instrumentos nacionais de soberania", sustentou o secretário-geral do PCP, que está em funções há pouco mais de um mês: "Fizeram um pleno!"

"Ganharam todos [com a privatização dos CTT] menos quem mais interessa, o país, os trabalhadores e os utentes", completou.

E insistiu que a privatização foi um "crime económico" e um "ajoelhar aos grandes interesses".

A renacionalização dos CTT "não é uma teimosia do PCP", garantiu o dirigente comunista, mas uma "necessidade dos trabalhadores, dos seus utentes e do país".

Por isso, o Grupo Parlamentar do PCP vai apresentar um projeto-lei nos próximos dias na Assembleia da República para renacionalizar os CTT, anunciou o secretário-geral.

O diploma, elaborou, "tem tanto de simplicidade como de profundidade", já que propõe o regresso ao "controlo público dos CTT, a valorização do serviço postal, a garantia dos direitos dos trabalhadores e dos utentes e a garantia da coesão territorial", mas "é profundo porque retira das mãos do capital a possibilidade de continuar a destruir este que é um serviço estratégico".

Segundo Paulo Raimundo, os mesmos grupos económicos que abriram caminho à privatização dos CTT querem utilizar "os seus instrumentos políticos" para, com a revisão constitucional que se avizinha, colocarem "em causa o que se conquistou desde o 25 de Abril".

E "mal de um povo que não encontre vontades e forças suficientes para impor soluções e caminhos que correspondam aos seus direitos, interesses e anseios", acrescentou o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.

O quarto secretário-geral comunista em democracia reconheceu que a "luta é muito difícil", não só para trazer os CTT de volta ao domínio público, como para preservar os outros direitos que os portugueses conquistaram ao longo dos anos.

Em jeito coloquial, que tem marcado o início da sua liderança, deixou uma mensagem de esperança a quem o ouvia na Voz do Operário: "Podemos até dizer que as forças, as luas, não se estão a alinhar no sentido que nós precisaríamos, mas a gente tem força suficiente para alinhar as luas no sentido certo."

Leia Também: PCP alerta que aumento de preços "não é problema de um único mês"

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