A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, afirmou que os pensionistas não podem ter confiança num Governo que lhes dará, a partir de 2023, "apenas metade daquilo que tinham direito".
Na sua reação à apresentação do Orçamento do Estado 2023, Mortágua defendeu que este é um orçamento que "determina o empobrecimento de quem trabalha".
"Quem trabalha vai perder mais de um mês de salário por ano, e essa perda não é compensada por este Orçamento nem no caso dos funcionários públicos nem no caso do aumento salarial", reitera a bloquista defendendo que o documento não protege os profissionais, mas sim os 'patrões' e grandes empresas.
A deputada defende ainda que o Governo apela às "contas certas" quando quer "limitar a atualização salarial, cortar os direitos dos pensionistas ou limitar o investimento estrutural nos serviços públicos para proteger os professores, proteger os funcionários de saúde", no entanto, essas contas certas não se aplicam da mesma forma aos patrões.
"Essas contas certas já não vigoram quando aprova um benefício fiscal, uma borla fiscal inédita em Portugal para os patrões", frisa Mortágua apontando um "cheque em branco aos patrões".
Sobre o sentido de voto do BE, Mariana Mortágua diz que será tomada uma decisão "nos órgãos próprios", mas deixa a questão: "Digam-me o que fariam se estivessem perante um orçamento que deixa que os trabalhadores percam um mês de salário por ano".
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