"Tensões" no Governo? Falta de debate no PS, diz dirigente socialista
O dirigente socialista Daniel Adrião defendeu hoje que "as tensões e a conflitualidade" no interior do Governo "são consequência do défice de debate interno no PS" e pediu uma revisão do modelo de governança.
© Blas Manuel / Notícias Ao Minuto
Política PS
Reagindo ao caso protagonizado pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, o líder da tendência minoritária dentro da Comissão Política socialista considerou que "a transformação do PS num mero apêndice do Governo tem alimentado equívocos e ambiguidades e contribuído para uma falta de clareza na ação política resultante da escassa separação de poderes".
Para Daniel Adrião, "o Governo não pode ser o palco para a afirmação de agendas e ambições pessoais com motivações partidárias e episódios rocambolescos".
"Os acontecimentos das últimas horas expõem fragilidades e debilidades de coordenação e funcionamento do Governo, ficando demonstrado que o modelo de governança escolhido está desajustado e precisa de ser repensado e revisto", sustentou.
Daniel Adrião, que foi por três vezes candidato a líder contra António Costa nas diretas dos socialistas, considerou ser "fundamental uma mudança de rumo no PS, que o transforme num partido mais interventivo e pró-ativo, reganhando a autonomia estratégica que perdeu e que é fundamental para o cumprimento do seu papel como principal partido do país, cujas responsabilidades estão acrescidas com a conquista da maioria absoluta".
"A asfixia e o apagamento das sensibilidades internas, numa amálgama de poder, tem contribuído para a indefinição ideológica e estratégica e para a destruição da massa crítica do partido, comprometendo a capacidade de iniciativa política do PS e a sua subalternização face ao Governo", disse ainda este membro da Comissão Política do PS.
O caso do ministro das Infraestruturas acabou com o primeiro-ministro a concordar que se tratou de um "erro grave" cometido por Pedro Nuno Santos, que por sua vez assumiu toda a responsabilidade.
De manhã, o primeiro-ministro António Costa determinara a revogação do despacho que aponta os concelhos do Montijo e Alcochete, como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que quarta-feira apresentou esta proposta.
A solução apontada passa por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.
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