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BE acusa PS de fechar de vez "breve parêntesis aberto com a geringonça"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, acusou hoje o PS de ter fechado "em definitivo o breve parêntesis aberto com a geringonça", considerando que o partido de António Costa "alimenta o ressentimento social que a extrema-direita explora".

BE acusa PS de fechar de vez "breve parêntesis aberto com a geringonça"
Notícias ao Minuto

19:49 - 30/04/22 por Lusa

Política Governo

No encerramento da IV Conferência Nacional do BE, que discutiu hoje, ao longo de todo o dia e à porta fechada, o rumo estratégico do partido depois do desaire eleitoral das últimas legislativas, Catarina Martins afirmou que os bloquistas estão agora na oposição e que "não poderia ser de outra forma".

Na análise da líder do BE, "se os riscos de uma maioria absoluta do Partido Socialista já eram grandes à saída das eleições, a incerteza internacional só vem agravar esses riscos", acusando o partido de António Costa de ter fechado "em definitivo o breve parêntesis aberto com a geringonça" e de ter abandonado "até os poucos e modestos objetivos de política social" desse período.

De acordo com Catarina Martins, a oposição que o BE assume agora "não é meramente declarativa", mas sim de "construção", assegurando que os bloquistas vão ser a "alternativa vermelha e verde, a do trabalho e do clima, a que se levanta contra todas as opressões", uma luta com a qual pretendem resgatar, "desde logo, a democracia contra todas as ameaças, incluindo a da extrema-direita".

"Já repararam certamente que, no parlamento, António Costa costuma dar respostas certeiras a André Ventura. O problema é que, fora do parlamento, na vida de todos os dias, o PS de sempre, o PS que fechou o breve parêntesis da geringonça, o PS de António Costa alimenta o ressentimento social que a extrema-direita explora", acusou, dando como exemplos "a falta de médicos, os alunos sem professores, a habitação degradada, o salário que encolhe enquanto os lucros fogem para 'offshores' e continuam a fabricar excêntricos".

Para a líder do BE, perante a "política do ódio, todas as forças democráticas devem estabelecer um cordão sanitário", deixando claro que "as lutas são o ar que respiram" os bloquistas e que é com elas que enfrentam "não só o Governo, mas também a direita radicalizada, seja a do egoísmo liberal, seja a política do ódio".

"O Governo assumiu o argumentário da direita como guião para os anos da maioria absoluta", acusou ainda, voltando assim às críticas feitas na véspera ao primeiro-ministro, António Costa, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022.

Avisando que "o discurso da prudência e da prioridade ao défice" está de volta e "em todo o estilo", Catarina Martins criticou o PS por "aproveitar a inflação para, na prática, desfazer a tímida recuperação dos salários mais baixos que teve de aceitar durante a geringonça".

"Enquanto os salários de quem trabalha são esmagados pelo aumento de preços, os administradores das maiores empresas portuguesas aumentaram os seus próprios rendimentos em 90% e anunciam distribuição de milhões em dividendos. Sejamos claros, estamos perante a imposição da transferência de rendimentos do trabalho para o capital, pela via da inflação. Sim, o combate à desigualdade, essa luta funda pelo pão, pela igualdade e liberdade por inteiros, é a luta anticapitalista", enfatizou.

À pergunta o "que é afinal o Bloco", a líder bloquista respondeu, em jeito de síntese no final do discurso: "somos a esquerda que rejeita os termos da nova guerra fria, a esquerda que defende a planificação ecológica em vez do liberalismo que promete que o mercado continuará a resolver o problema do aquecimento global; somos a esquerda que responde à extrema-direita com a defesa do estado social e da solidariedade, com a potência revolucionária do movimento feminista, do movimento antirracista, do movimento LGBTI+".

"Somos a esquerda que, depois do voto do medo, fará a luta pela alternativa", prometeu.

Antes da intervenção de Catarina Martins tinham sido votadas, com braço no ar, as três propostas globais em discussão nesta conferência, uma da direção e outras duas alternativas.

A da Comissão Política, intitulada "Defender o povo em tempo de guerra e de inflação", obteve 305 votos, enquanto a subscrita por vários membros do movimento Convergência e intitulada "Unir o Bloco para mudar de rumo e recomeçar de novo" conseguiu 43 votos e uma terceira alcançou nove votos, numa votação onde houve três abstenções.

[Notícia atualizada às 21h26]

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