Apoios sociais? "Não resolvem o problema, pelo contrário, perpetuam-no"

A pobreza em Portugal e a questão dos apoios sociais foram temas fortes no comentário desta quinta-feira de Manuela Ferreira Leite, na TVI24. Para a social-democrata, "não nos podemos distrair, à conta dos apoios sociais, de que estamos a ajudar a resolver o problema da pobreza".

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Notícias ao Minuto
15/04/2021 23:30 ‧ 15/04/2021 por Notícias ao Minuto

Política

Manuela Ferreira Leite

Os temas da pobreza em Portugal e dos apoios sociais estiveram 'em cima da mesa' no comentário desta quinta-feira de Manuela Ferreira Leite na TVI24. A social-democrata começou por fazer uma distinção "entre o que é pobreza conjuntural e pobreza estrutural", apontando, posteriormente, que é "muito fácil e muito popular" tentar-se "resolver os problemas através do pedido de apoios sociais".

Para a ex-ministra, a "pobreza conjuntural é aquela que sucede por ter havido uma pandemia, um incêndio, situações em que, extemporaneamente, acontece algo nas famílias". Nessa altura, "é evidente que se recorre e deve recorrer, tanto quanto possível, a apoios sociais a essas pessoas", considerou.

Contudo, prosseguiu, "não deve esta preocupação da pobreza conjuntural fazer esquecer uma realidade diversa, que é a pobreza estrutural. Aquela que conduz a que a pobreza se transfira por gerações", de pais para filhos. "É uma realidade que retira perspetivas de vida, elimina o chamado elevador social e leva a que as pessoas emigrem e vão procurar outros locais onde seja possível alterar esse seu estatuto de origem", dissertou Ferreira Leite.

Ainda segundo a também ex-líder do PSD, "não nos podemos distrair à conta dos apoios sociais de que estamos a ajudar a resolver o problema da pobreza", uma vez que "a pobreza estrutural pode ser agravada pelo facto de ser, de alguma forma, paralisada com apoios sociais".

"A educação é o grande impulsionador do elevador social", acrescentou também, defendendo que "temos de ter uma estrutura económica e empresarial que seja capaz de suportar salários mínimos que sejam compatíveis com uma situação que não seja a de pobreza". 

"Não podemos descurar a ideia do crescimento económico, do apoio às empresas, do desenvolvimento das empresas e, por outro lado, temos de ter em mente a educação e a formação ao longo da vida", afirmou na antena da TVI24.

Para a comentadora, "é muito fácil e é muito popular tentarmos resolver os problemas através do pedido de apoios sociais, porque ninguém é indiferente à ideia de que há pobreza e de que deve haver apoios sociais".

"Isto é fácil de dizer, é fácil de pedir, é fácil de fazer política na base dos apoios sociais, só que é algo que não resolve o problema, pelo contrário, perpetua-o, porque arrasta as gerações seguintes na mesma base", terminou. 

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