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A lei que Marisa quer que saia do papel para fazer justiça aos pedreiros

Os enormes pedregulhos pelos quais passou hoje a candidata presidencial Marisa Matias são a imagem da luta dos pedreiros de Peroselo, cuja lei que reconhece o desgaste rápido da profissão para a reforma teima em não sair do papel.

A lei que Marisa quer que saia do papel para fazer justiça aos pedreiros
Notícias ao Minuto

18:15 - 16/01/21 por Lusa

Política Presidenciais

A caminho para as pedreiras de Peroselo, uma paragem já conhecida das ações do BE, começam a aparecer placas para Rans, terra de onde é originário outro recandidato às eleições presidenciais de 24 de janeiro, Vitorino Silva, conhecido precisamente por Tino de Rãs.

"Eles já estiveram comigo em Bruxelas, eu já estive com eles em Penafiel e eu ainda não vi o monte", disse Marisa Matias, numa manhã de sol e frio, caminhando por entre as pedras que são extraídas daquela pedreira.

Foi precisamente daquela pedreira em Peroselo que saiu uma conhecida pedra nas hostes bloquistas, levada pelo deputado José Soeiro de Penafiel para Lisboa, para o discurso numa Convenção Nacional do BE, em 2018, que simbolizava, entre outros objetos, as lutas dos trabalhadores para as quais o partido se mobilizou.

José Soeiro, que conhece bem estes pedreiros, acompanhou Marisa Matias nesta manhã de campanha eleitoral, tendo a candidata explicado aos jornalistas que quis estar com "os pedreiros que se organizaram e conseguiram uma vitória importante que foi o reconhecimento da sua profissão como uma profissão de desgaste rápido".

"Foi a luta destes homens e foi a maioria de esquerda que permitiu que também eles fossem inscritos na lei e que tivessem acesso a um direito que é deles por maior evidência", enalteceu, lembrando que antes deste reconhecimento estas pessoas não tinham acesso a esse direito de reforma antecipada.

O problema, referiu a bloquista, "é que a lei não pode estar apenas no papel, tem que ser cumprida".

Marisa Matias ouviu as queixas destes homens, que se têm deparado com um conjunto de entraves burocráticos e problemas administrativos para conseguirem aceder à reforma com estas condições.

"É uma parede que encontram quando chegam à Segurança Social e, desse ponto de vista, as indicações têm de ser muito claras para que a lei não esteja só no papel, mas que chegue à vida das pessoas. As orientações têm de ser claras. A lei tem de sair do papel e tem que chegar à vida das pessoas", insistiu.

Na dificuldade destes pedreiros verem, na prática, os direitos que lhe foram reconhecidos cruza-se outro tema caro à recandidata presidencial, os cuidadores informais, que têm obstáculos semelhantes, apesar de terem a legislação do seu lado.

"Está tudo congelado. Isto é do tempo", atirou, em tom bem-disposto, um dos pedreiros, uma piada que levou às gargalhadas de todos os presentes e, principalmente, de Marisa, que acrescentou que "é do frio, é das alterações climáticas".

Manuel Teixeira foi o anfitrião e parecia nem dar pela presença dos jornalistas quando contou os problemas de muitos dos seus colegas porque sabe de "cor e salteado" a lei, as suas limitações e todos as dificuldades dos pedreiros que esperam pela reforma há quase dois anos.

Quando chegou ao momento de se aproximar do microfone, colocado ao longe devido à pandemia, e enfrentar os jornalistas, chegou a começar a sua intervenção para exigir "que se cumpra a lei", mas a timidez perante o número elevado de câmaras de televisão acabou por levar a melhor, tendo pedido para "cortar" e para passar a palavra a outra pessoa.

Coube então a Luís Silva - que respondeu a José Soeiro que ainda era muito novo para pedir a reforma - falar então à comunicação social.

"Aquilo que nós queremos é que se cumpram as coisas. Bastante gente que já meteu os papeis há mais um de ano. A lei está aprovada", apelou.

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